– A ausência de escalas cientificamente validadas que auxiliem produtores, veterinários e pesquisadores a reconhecer e a mensurar a dor nesses animais contribui para o tratamento inapropriado ou insuficiente da dor – afirmou o coordenador do projeto, Stélio Pacca Loureiro Luna, que é professor da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade Estadual Paulista (FMVZ/Unesp) de Botucatu (SP).
As escalas são criadas a partir da análise de alterações comportamentais relacionadas a fatores como postura, posição da cabeça, locomoção, interação com o ambiente, ingestão de alimentos, atenção à ferida cirúrgica, entre outras. Para identificar e analisar as alterações, os pesquisadores gravam vídeos em momentos distintos: antes do procedimento, quando os animais estão sem dor; logo após a cirurgia, quando há um pico de dor; e depois da aplicação de analgésicos, quando se espera que já não haja dor.
– O procedimento que adotamos para as três espécies estudadas foi a castração, por ser relativamente invasivo, atingir tecidos de alta sensibilidade, gerar uma inflamação grande e estar entre as cirurgias mais realizadas nesses animais – explicou Luna.
A etapa de filmagens, com cerca de 700 horas, já foi concluída. A validação do conteúdo que dará forma às escalas será feita por especialistas e pesquisadores vinculados a instituições parceiras no Brasil, na Inglaterra, nos Estados Unidos, na Espanha e em outros países da América do Sul, como Uruguai e Argentina.