As pesquisas iniciaram em 2005, com financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Em 2010, o Projeto Anchoíta teve um novo financiamento, desta vez com a participação direta do Ministério da Pesca e Aquicultura, do CNPq e da Coordenação de Aperfeiçoamento Pessoal de Nível Superior (Capes), do Ministério da Educação, em um investimento estimado em R$ 4,2 milhões.
O professor do Instituto Oceanográfico da Universidade Federal de Rio Grande, Lauro Madureira, coordenou a pesquisa, e acompanhou o mapeamento de onde está a ocorrência dos peixes.
? A gente vai com o navio de pesquisa para o oceano. Utilizando as técnicas de ultrassom a gente mapeia a área de ocorrência dos peixes. Também verificamos as características do ambiente, como a temperatura da água, salinidade, ocorrência de alimentação e a desova. É todo um trabalho que visa à sustentabilidade de uma eventual pescaria ? observa.
Nesta semana, 50 mil alunos da rede pública estadual do Rio Grande do Sul tiveram no cardápio refeições onde a anchoíta foi incluída. O objetivo foi testar a aceitabilidade na merenda escolar. A coordenadora da equipe de gestão do Centro Colaborador em Alimentação e Nutrição, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Ana Beatriz Oliveira, conta que o consumo do peixe traz vantagens à saúde.
? A anchoíta é um peixe de águas oceânicas e profundas e ele é rico em Ômega 3, que é benéfico para combater doenças cardiovasculares e também é bom para o organismo das crianças. Por isso a gente recomenda. Também tem sido fabricado com menos sódio, que o enlatado geralmente é fabricado com grande quantidade de sódio, e a anchoíta tem baixo teor de sódio ? relata.
E pelos testes preliminares, as crianças já aprovaram a inclusão do peixe na merenda escolar, pelo menos para a aluna da quinta série da escola Olintho de Oliveira, Tauana Carolina Cardoso, de 12 anos.
? É muito bom, o gosto é bem diferente. É melhor. Está aprovado ? diz.
A anchoíta aparece na costa brasileira em safras. Os cardumes começam a surgir a partir de junho e o período de pesca estende-se até novembro. O estoque do peixe é compartilhado entre Brasil, Uruguai e Argentina e os cardumes migram entre as águas destes três países.