Um novo surto de peste suína africana (ASF, na sigla em inglês) foi detectado no sul da China, marcando o primeiro caso da doença relatado no país desde o fim de outubro do ano passado, informou o Ministério da Agricultura e Assuntos Rurais na quinta-feira, 21, segundo o portal AgriCensus.
O novo surto foi encontrado em uma fazenda na província de Guangdong, no sul da China, com mais de 1.000 porcos, dos quais 214 apresentaram sintomas e morreram. As autoridades chinesas disseram, “suspeita-se que a epidemia de ASF seja importada devido ao transporte ilegal [doméstico]”.
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Peste suína africana e os prejuízos na China
A indústria suinícola da China sofreu gravemente com o surto anterior de peste suína africana, que atingiu os rebanhos do país entre 2018 e 2019, reduzindo a população de suínos em cerca de um terço.
Em 2019, o rebanho de suínos do país caiu para 310 milhões de cabeças, abaixo dos 428 milhões de cabeças em 2018, reduzindo a demanda do país por farelo de soja e soja conforme a demanda diminuiu com a redução no rebanho. Por outro lado, o movimento levou à maior procura por carnes, o que beneficiou o Brasil.
A China tem o maior rebanho suíno do mundo, totalizando entre 400 a 500 milhões de cabeças e produz de 50 a 55 milhões de toneladas de carne suína a cada ano, a maior parte consumida no mercado interno.
Espera-se que o rebanho de suínos da China se recupere totalmente até o fim do primeiro semestre de 2021, embora qualquer recorrência significativa de ASF provavelmente retardará essa recuperação e diminuirá as expectativas.
A rápida recuperação da indústria suína da China tem sido o principal impulsionador da demanda global de ração animal, desencadeando um aumento na demanda de soja e milho do setor no uso de ração, apesar do impacto da pandemia Covid-19.