Um pirarucu com mais de 100 quilos e mais de 2 metros de comprimento foi capturado durante pesca esportiva no Rio Madeira, bacia do Rio Amazonas e que banha os estados de Rondônia e do Amazonas.
O pescador responsável pela captura foi Anderson Guedes, que conseguiu a façanha acompanhado do amigo Wladis Kucharski, em março deste ano.
Conhecido como ‘bacalhau da Amazônia’, o pirarucu é um dos maiores peixes de águas doces fluviais e lacustres do Brasil. Pode atingir 3,20 metros e até 330 kg.
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Em entrevista ao Canal Rural, Guedes contou mais sobre a captura do pirarucu e os principais desafios.
“A maior dificuldade foi o local. O Rio Madeira é um lugar cheio de animais selvagens, como piranhas gigantes. Tem vários tipos de candirus espalhados pelo rio que podem até matar. Jacarés de mais de seis metros”, conta.
“O peixe é muito pesado e fica se debatendo, algo comum para o pirarucu, mas que torna ainda mais complicado a captura. Fazer essa pesca de caiaque, deixa tudo mais perigoso. É um dos rios mais difíceis de navegar do Brasil, porque tem a água muito densa, muitos remoinhos e é muito difícil voltar para o caiaque”, complementa.
O parceiro de Guedes, Kucharski relata que o pirarucu costuma ir para as encostas e ser um peixe “bruto”. Além disso, ele afirma que o equipamento era leve e não era muito apropriado para a situação. Para ele foi uma surpresa capturar um peixe tão pesado.
Anderson conta que o pirarucu foi um dos maiores peixes já capturados por ele. No entanto, ele relata que já fisgou um maior: o peixe elétrico.
“Tentamos homologar o pirarucu, porém não foi possível, porque no caiaque ele não ficou totalmente reto para fazer a medição. A medida que conseguimos na hora foi de 2,25m”, diz.
Em relação ao vídeo da captura do animal, Guedes decidiu ainda não soltar o material completo por conta do perigo da caça predatória feita por alguns pescadores da região, já que o peixe pode custar até R$ 7.000.
“Vamos postar o vídeo da captura do pirarucu quando as águas do rio baixarem. Este ano está muito atípico pois tivemos muitas chuvas e muitas cheias. Mais ou menos daqui um mês, um mês e meio, ele começa a baixar e os peixes mudam de local, o ambiente muda, evitando que os pescadores o capturem”, afirma.
Guedes conta que começou a praticar a pesca esportiva quando teve a consciência de que o peixe valia muito mais vivo do que morto e que nunca capturou peixe para vender. Antigamente ainda chegou a pegar alguns peixes, matar e levar para casa, mas não faz mais.
Ele ainda comenta sobre como a pesca esportiva pode ser importante para o turismo das cidades e pode atrair muitos turistas interessados nesse tipo de modalidade e que ela pode ser muito lucrativa.
“A pesca esportiva já rende empregos, dinheiro para aqueles que a realizam, sem a necessidade de matar o animal, preservando espécie local”.
“O pirarucu é um peixe amazônico, que fica gigantesco e pescadores do mundo inteiro pagam fortunas para conseguir encontrá-lo. A morte dessa espécie seria um desperdício muito grande não só na parte ambiental, mas na parte financeira também, pois tem entidades ligadas a pesca esportiva que pagam até 40 mil reais”, finaliza.