O produtor Everson da Silva tem uma pequena propriedade próximo a Rio Verde onde cria gado de leite. São pouco mais de 15 cabeças que garantem o sustento da família. Todos os dias a rotina é a mesma: levantar cedo e tirar o leite. Mas em uma manhã ele reparou que as vacas não levantavam. Everson conta que oito delas estavam feridas e apenas duas se salvaram.
Everson é mais um pecuarista que faz parte dos números da polícia civil. Só este ano foram registradas cerca de dez ocorrências de furto a gado em propriedades de Rio Verde, no sudoeste de Goiás. Segundo o delegado Luiz Gonzaga Júnior, uma quadrilha que agia próximo a Jataí e Montividiu, já foi identificada. Ele conta que o gado era abatido no local ou transportado de caminhão.
Quem vende carnes sem procedência pode ser preso por receptação e crime contra as relações de consumo. O proprietário de uma açougue, Vladimir Fuccelini, diz que, para evitar transtornos, compra sempre o produto de uma associação. Para ela a carne tem que ter procedência, qualidade e com nota fiscal.
Além de trabalhar nas investigações para prender os criminosos, a Polícia Civil decidiu investir também na prevenção e criou uma cartilha onde passa instruções para o produtor rural. O material impresso tem 12 páginas e foi feito em uma linguagem simples.
O delegado regional, Danilo Fabiano, explica que a cartilha de prevenção ao crime na zona rural foi dividida em quatro grupos: furto e roubo de gado, de máquinas agrícolas, residências rurais e furto de insumos agrícolas. Ele conta que a cartilha dá dicas, por exemplo, de não deixar defensivos estocados na fazenda.
A cartilha foi distribuída em lojas de agropecuária e em parceria com o Sindicato Rural de Rio Verde.
– Tem dado resultado, pois os produtores têm procurado mais a polícia – afirma o delegado.