A pesquisadora Sídia Witter diz que o trabalho é mais um exemplo da importância das abelhas para a agricultura familiar gaúcha. Os morangos foram plantados em estufas no período de agosto a novembro de 2007, na Estação Experimental da Fepagro Saúde Animal, em Eldorado do Sul. Além de Sídia, os pesquisadores da Fepagro Bernadete Radin e Bruno Brito Lisboa também integraram o trabalho, bem como Juliane Galaschi Teixeira, da Universidade de São Paulo (USP), Betina Blochtein, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e Vera Lúcia Imperatriz-Fonseca, também da USP.
Conforme os profissionais, o aumento da produtividade está relacionado à redução do percentual de frutos deformados, problema provocado pela autopolinização. A polinização cruzada (troca de pólen entre flores diferentes), produzida pela ação das abelhas, diminui a incidência de deformação nos morangos. O Rio Grande do Sul é um dos principais produtores da fruta no país. O cultivo ocorre nos municípios do Vale do Rio Caí, Caxias do Sul e Farroupilha e região de Pelotas.
Além deste estudo, Sídia desenvolve uma série de pesquisas envolvendo a polinização por meio de espécies de abelhas nativas do Rio Grande do Sul, como opção ao uso da apis mellifera.
– A maior importância das abelhas não está na produção do mel, mas sim na polinização. Muitas das espécies que estudamos já estão em extinção – observa.