? O que nos preocupa é o que pode acontecer daqui pra frente com a carne com osso, principalmente, a costela, que é a carne que tem o maior consumo, principalmente nas datas festivas. E durante as datas festivas, mais de 60% desse produto vem de outros Estados. As grandes redes têm CIF. Elas vão poder continuar trazendo de outros Estados, mas os maiores prejudicados serão as pequenas empresas que comprarão especificamente dos frigoríficos aqui do Rio Grande do Sul ? diz Antonio Cesa Longo, presidente da Associação Gaúcha de Supermercados.
O aumento das exigências para a entrada da carne com osso foi um pedido de pecuaristas e donos de frigoríficos. Eles querem defender o status de estado livre da febre aftosa com vacinação, já que o vírus da doença pode se alojar nos ossos dos animais.
? Nós não podemos permitir que este mercado se desorganize, com riscos para a saúde pública e para a saúde animal. A portaria tem o objetivo de disciplinar o ingresso pelos corredores oficiais e de CIF a CIF, isto é, de estabelecimentos que tem inspeção para estabelecimentos que tem inspeção. Ela não tem nenhuma outra intenção, a não ser esta, de disciplinar a entrada de carne com osso ? afirma Fernando Adauto, consultor de pecuária da Farsul.
De acordo com especialistas, a utilização de uma portaria como esta é mais adequada em casos de emergência sanitária.
? Nós (técnicos da secretaria da Agricultura), entendemos que ela deve ser estudada, discutida e, no momento adequado, entendemos que ela deva ser revogada. Mas isso tem que ser trabalhado com todas as cadeias produtivas e ver o interesse de todo o Estado do Rio Grande do Sul, tanto dos técnicos quanto dos produtores, para ver o momento adequado para a retirada da portaria ? explica Eraldo Marques, diretor do Departamento de Defesa Agropecuária.