Preço do boi gordo registra alta de 2% para o produtor em um ano no Rio Grande do Sul

Segundo a Emater, no mesmo período aumento para o consumidor chegou a 15%Levantamento da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) aponta que, de outubro de 2010 a outubro 2011, os pecuaristas do Rio Grande do Sul tiveram um aumento de 2% no preço do boi gordo. Enquanto isso, o consumidor está pagando 15% a mais pela carne bovina nos supermercados. No entanto, de acordo com os economistas, o preço para o produtor deve aumentar com as festas de final de ano. No Estado o preço do boi gordo é calculado por quilo e não por arroba como no restante do país.

Segundo o economista da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Antônio da Luz, para quem vende carne bovina, a situação é crítica.

? Aumenta o preço na gôndola, não aumenta para o produtor e as pessoas consomem menos. Quem vai pagar esse preço vai ser o produtor como de costume ? disse Luz.

De acordo com o levantamento da Emater, em outubro de 2010 o Rio Grande do Sul tinha preço de R$ 5,50 o quilo da carne pago ao produtor. No mesmo período de 2011, o valor subiu R$ 0,32. Segundo Luz, o valor baixo no Estado é resultado da safrinha do boi, mas ele afirma que os preços devem aumentar.

? É em decorrência dos produtores de grãos, que ao colherem sua lavoura fazem pastagem, colocam bois, depois chega na hora de plantar de novo e eles tiram os animais. Ao retirar esses bois, isso acontece entre agosto, setembro e outubro, eles terminam tendo uma oferta maior e gera essa safrinha. Agora o que nós estamos esperando, que acontece sazonalmente, é o preço do boi subir ? explica o analista.

O Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados do Rio Grande do Sul (Sicadergs) contesta o levantamento da Emater. Segundo o diretor-executivo do Sicadergs, Zilmar José Moussale, os dados estatísticos do sindicato apontam que, entre outubro do ano passado e outubro de 2011, o preço pago pelo quilo do boi gordo ao produtor subiu 11% e não 2%.

? O frigorífico repassa para o varejo o valor daquele que é comprado do produtor, se o produtor aumenta dez, o frigorífico aumenta dez para o varejo, agora quanto o varejo vai colocar para o consumidor, isso não é de nossa conta ? aponta Moussale.

Segundo a Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), as festas de final de ano aumentam a procura pela carne. Como o período é de entressafra no centro do país, a tendência é de aumento no preço para o consumidor. De acordo com o presidente da Agas, Antônio Cesa Longo, os supermercados estavam adquirindo carne dos frigoríficos do centro do país, onde o preço é de 10% a 15% mais barato que nos frigoríficos do Rio Grande do Sul.

? Então o que acontece nesse período, os frigoríficos do centro do país, da carne de primeira, da carne sem osso, repassaram esses preços aos supermercados que repassaram esses preços ao consumidor ? explica Longo.