Especialistas explicam que é natural que o preço dos cortes nobres suba no final do ano e despenque na baixa temporada, entre os meses de março e novembro. A justificativa está na lei da oferta e da procura — quando mais pessoas querem fazer churrasco, como no final do ano e nas férias de janeiro e fevereiro, os preços também aumentam.
Entretanto, em 2012 a carne de primeira está ainda mais barata do que o normal para a época. A queda das exportações e o recuo do consumo estão entre fatores que ajudaram a baixar os preços ainda mais. Segundo dados do Itag, que levanta o preço médio dos produtos em diferentes mercados de Florianópolis, o preço do filé mignon caiu, em média, 2,62% na comparação com agosto do ano passado. O preço do frango e do suíno, porém, não acompanham a queda.
Zefiro Giassi, presidente da rede de supermercados Giassi, a segunda maior de Santa Catarina, explica que a queda nas exportações, a partir da crise econômica mundial, injetou a produção de carne no mercado interno. Com o aumento da oferta, os preços caíram. Para colaborar ainda mais com os baixos valores, o mercado interno também está desaquecido, como afirma o presidente do Sindicarne-SC, Ricardo Gouvêa.
– De um lado, temos as exportações em baixa, com a crise internacional e as barreiras alfandegárias de países como a Argentina. De outro, o recuo do consumo no país. Tudo isso, ao mesmo tempo em que tivemos supersafra da carne, neste ano – diz Gouvêa.
O presidente do Sindicarne acrescenta que nem o alto custo de produção com o aumento dos grãos, em 2012, pode ser repassado para o consumidor final frente ao enfraquecimento do mercado interno e externo. Mas, segundo ele, a carne não deverá baixar mais de preço até o final do ano, à medida em que a procura for aumentando.
Desconto na churrascaria só entre março e novembro
Na Churrascaria Ataliba de Florianópolis, a promoção para casais (em que os dois consomem, mas só um paga) vale apenas de março a novembro quando os cortes nobres estão mais baratos. O gerente comercial da Churrascaria Ataliba, Ezídio Day, explica que o preço baixo da carne, no período, permite que o consumidor ganhe descontos sem que isso comprometa a margem de lucro do restaurante. Pelo contrário, segundo Ezídio, a margem é até 10% maior no inverno.
– No verão, o movimento de turistas e os gastos extras com bebidas compensam o alto preço da carne.
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