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Boi

Preço do boi gordo deve continuar sustentado até 2021, diz Cepea

Principal motivo apontado pela entidade é a diminuição no número de abate de bovinos, que no primeiro trimestre registrou o menor volume em quase 10 anos, segundo o IBGE

O abate de bovinos no primeiro trimestre deste ano foi o menor em quase uma década. Dados preliminares Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o número de cabeças de bovinos abatido pelo país no primeiro trimestre de 2020 foi o menor desde 2011.

Segundo o órgão, de janeiro a março, foram abatidos 7,2 milhões de cabeças, 10,4% a menos que o trimestre anterior – de outubro a dezembro de 2019. Em relação ao primeiro trimestre do ano passado, a queda atual no volume abatido é de 9%.

O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) afirma que esse cenário ajuda a explicar o preço firme no mercado. Além do forte ritmo recorde das exportações brasileiras da proteína no período, a menor oferta de animais prontos para o abate no campo sustentou os valores do boi gordo.

“Quando temos baixa oferta de produção, a perspectiva é que [volume de animais] não se recupera, tem esse período de transição de oferta menor no pasto que vai atingir as cotações e deixar elas firmes ao longo de 2020/2021”, diz  Thiago Bernardino Carvalho, pesquisador do Cepea. Ele afirma que essa sustentação dos preços se dará também pela demanda externa, já que a interna foi afetada pela crise do coronavírus.

Carvalho alerta ainda pelo número de animais confinados, já que pecuaristas podem deixar de confinar ou postergar a entrada dos animais no cocho. O principal fator seria o alto preço do milho e dos animais de reposição. “O cenário é incerto no número de animais confinados. Isso traz um ambiente para o segundo semestre de menor oferta de carne, restrição de animais e equilíbrio mais firme em termos de preços”.

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