Para Érico Pozzer, presidente da Associação Paulista de Avicultura, a expectativa é que as condições de mercado melhorem no segundo semestre. Até lá, os produtores vão frear a produção.
No Sul do país, onde está concentrada a maior parte da produção de aves, a situação também é complicada. No Rio Grande do Sul, os produtores buscam um 1, 5 milhão de toneladas de milho de outros Estados. A associação que representa o setor no Estado pediu ajuda ao governo federal. Segundo o diretor da entidade, nos próximos dois dias devem ser liberados leilões de prêmio de escoamento de produto (PEP). O mecanismo garante subsídio na compra de milho dos estoques públicos.
No setor de suínos, a situação é semelhante. Com os altos custos, principalmente na alimentação animal, produtores afirmam que já estão no prejuízo. Uma alternativa tem sido vender animais com peso abaixo do considerado ideal para manter o caixa funcionando e até evitar a eliminação de matrizes.
É o caso do suinocultor de Holambra, no interior paulista, Eduardo Walravens. Manter o plantel de 2,5 mil cabeças tem custado R$ 56 por arroba, mas o preço de venda está em R$ 45.
E a situação dele pode ficar ainda pior. Hoje Eduardo paga R$ 28 por uma saca de milho, porque ainda compra na própria região. Mas, a partir de junho, o preço deve aumentar, e ele vai ter que trazer o produto de mais longe. O valor pago pela saca deve chegar a R$ 30.
O analista Osler Desouzart considera as medidas adotadas por avicultores e suinocultores até normais, considerando a situação de mercado ano a ano. E adverte que os produtores vão ter que se adaptar a novos patamares de preços de insumos. Segundo ele, a melhor saída é planejar a produção a longo prazo.