Com a falta de pastagem durante o período de seca, a procura por confinamentos geralmente é intensa. A alimentação adequada, à base de ração e suplementos, garante a engorda dos animais até o peso ideal para o abate. No entanto, este ano a situação é um pouco diferente. Com a arroba valorizada e a escassez de boi magro, muitos criadores estão deixando de confinar os animais.
Segundo o presidente da Associação Nacional de Confinadores, Eduardo Biaggi, foram feitas duas pesquisas sobre intenção de confinamento. O estudo indicou que houve diminuição por parte dos pecuaristas, porque o boi magro está muito caro, assim como a comida. Desta forma, o confinador passou a pensar duas vezes na margem de lucro que ele poderia ter e diminuiu a intenção de confinamento.
Os pecuaristas afirmam que a valorização do boi magro e os gastos com o financiamento fizeram com que a aposta nos confinamentos ficasse arriscada, já que diante das oscilações de mercado, os preços futuros podem ser tornar menos atrativos do que os atuais.
? Os custos não fecham. Então, ou “vendemos” mais caro ou baixamos o custo do confinamento. Mas como o custo é amarrado em preços internacionais, então nosso confinamento, infelizmente, para ser usado em larga escala pode demorar um pouco. A margem, quando tem, é muito pequena, é uma operação de alto risco ainda ? afirma Laucídio Coelho Neto, presidente da Associação de Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrissul).
Para o presidente da associação de confinadores, o setor vive um reflexo do excessivo abate de matrizes nos últimos anos e a situação só deve mudar a longo prazo.
? É uma realidade de escassez de oferta, resta saber se o consumo vai se manter nos preços atuais. A única maneira seria diminuir o consumo, acho que os preços vão se manter ? afirma Biaggi.