Esse aumento, que na indústria já está na casa dos 15%, deve-se, principalmente, à alta no preço do milho ? usado como ração para aves. Segundo o presidente da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), Antônio Cesa Longo, o repasse para o varejo é inevitável, mas a tendência é de estabilização. Caso contrário, pondera o dirigente, haverá uma migração por cortes bovinos ou suínos.
Na indústria, a justificativa do diretor executivo da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), José Eduardo Santos, para o reajuste é a valorização do milho ? R$ 30 a saca ? e os efeitos da guerra fiscal entre os Estados, pois o ICMS de 3% no Rio Grande do Sul ainda não gera a competitividade necessária com outras regiões do país.
Santos explica que, nos últimos dois meses, houve uma readequação da produção de frango no Rio Grande do Sul com o objetivo de reduzir a oferta e, consequentemente, os custos. No entanto, o diretor projeta uma estabilização no preço da ave para os próximos meses, caso o arroz seja utilizado como alternativa ao milho no uso de ração para as aves, o que poderia diminuir a utilização desse grão em até 40%.
? Não podemos ficar no prejuízo. Estamos discutindo com o governo ações para maior valorização do setor avícola ? ressalta Santos.
Para o analista de mercado da Safras & Mercado, Fernando Iglesias, outro fator que está impulsionando o preço é o bom desempenho do Brasil nas exportações, que correspondem a 30% da produção de 6,3 milhões no primeiro semestre do ano, o que reduz a oferta no mercado interno.
Confira a evolução dos preços