? A gente percebe no dia-a-dia. Cada vez que a gente volta ao supermercado, o preço está alterado ? diz o professor Valdemar Oliveira.
? Eu vejo que aumenta, e a diferença de preço é pouca em quase todos os mercados ? constata a dona Nazaré Mesquita.
Para quem já sentiu no bolso o aumento do preço, a notícia não é nada boa. Até o fim deste mês, as indústrias de leite longa vida estimam um reajuste de 20% no atacado.
Um dos culpados é o calor registrado em janeiro no Rio Grande do Sul, que prejudicou o gado de origem europeia. A segunda maior bacia leiteira do Brasil amargou redução de 20% na oferta. Além disso, os produtores em todo o país enfrentam o desestímulo da atividade.
? Enquanto o leite UHT teve um aumento em torno de 1,84%, de acordo com o IPCA, o produtor teve uma queda em torno de 1% no pagamento de janeiro. Precisa que tenha novamente um estímulo de preço para o produtor, para que não tenha essa discrepância no setor varejista ? explica o assessor técnico da CNA Bruno Lucchi.
De acordo com o Ministério da Agricultura, a situação para quem produz vai melhorar.
? Podemos dizer que o momento mais desfavorável ao produtor já passou, e isso começa a aparecer nos preços. Os preços daqui pra frente já tendem a mostrar uma reação. Existe um aumento de demanda previsto em função do retorno das férias escolares, e isso certamente terá reflexo de preço ao produtor ? avalia o coordenador para Pecuária do Ministério da Agricultura, João Salomão.
Em abril, começa a entressafra. Por isso, a previsão é de que os preços continuem elevados. Élcio Ministério, ao contrário de muitos, se programou para aumentar a oferta de leite justamente nesse período.
? Teve ano em que o leite chegou a R$ 0,80 ou R$ 0,85 na seca. Essa diferença justifica a estratégia ? disse o produtor.
Quanto mais oferta melhor para quem, por hábito ou questão de saúde, não abre mão do leite.
? Em uma casa, para tudo você precisa de leite: fazer com leite, tomar o leite. Então, é essencial ? conclui Nazaré.