Segundo pesquisadores do Cepea, o aumento esteve atrelado à queda na produção em março, como normalmente ocorre nesse período, por conta do início da entressafra. Com essa restrição na captação de leite, agentes consultados relataram disputa acirrada entre os laticínios.
Para maio, a expectativa é de que os preços do leite sigam em alta, ainda impulsionados pela oferta restrita de matéria-prima. No Sul do país, por outro lado, a utilização das pastagens de inverno inicia-se em algumas praças e deve ser intensificada em maio, o que pode elevar a produção da região. Ainda assim, 85,7% dos agentes entrevistados acreditam em nova alta nos preços do leite em maio, enquanto o restante acredita em estabilidade nas cotações. Nenhum dos colaboradores consultados estima queda de preços para o próximo mês.
Os preços dos derivados também subiram em abril. No atacado paulista, o leite UHT e o queijo muçarela valorizaram 5,4% e 1,8%, respectivamente. O UHT teve média de R$ 2,07/litro em abril, a maior da série do Cepea, iniciada em março/2010. O queijo muçarela teve média de R$ 11,79/kg.
Comparação por Estados
Em abril, dentre os Estados que compõem a “média Brasil”, Goiás apresentou a maior alta no preço bruto pago aos produtores, de 5,3% ou de 5,1 centavos/litro, fechando a R$ 1,0201/litro. Em seguida, o preço do leite em Minas Gerais subiu 4,5% ou 4,2 centavos/litro, com a média a R$ 0,9716/litro.
Em São Paulo, o valor pago ao produtor alcançou R$ 0,9574/litro, alta de 3% frente à de março (ou 2,7 centavos/litro). O preço bruto no Paraná aumentou 3,6% (3,2 centavos/litro), de modo que o litro foi comercializado a R$ 0,9247. Mesmo com a queda na produção na Bahia, o preço aumentou somente 1,6%, a R$ 0,9210/litro. Por fim, os estados de Santa Catarina e de Rio Grande do Sul tiveram aumentos de 3,5% e 3,1%, respectivamente, com o preço bruto a R$ 0,9137 e a R$ 0,8738/litro.
Quanto aos Estados que não compõem a “média nacional Cepea”, Mato Grosso do Sul teve disparado o maior aumento, de expressivos 8,5% (ou 6,8 centavos), alcançando R$ 0,8722/litro. O maior preço foi registrado no Rio de Janeiro, de R$ 1,0111/litro, onde houve elevação de 5,3% (ou 5,1 centavos). No Ceará, estado em que a redução da captação foi grande, o preço chegou a R$ 0,9962/litro. No Espírito Santo, o preço do litro teve média de R$ 0,9153 em abril.