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A pressão vem da demanda enfraquecida e do aumento na captação de leite em praticamente todos os Estados acompanhados pelo Cepea. Apesar das quedas de preços, os níveis continuam elevados em comparação com o ano passado. A média de dezembro supera em 11,09% a de dezembro de 2012, de R$ 0,9376 por litro, em termos reais. Se considerado todo o ano passado, quando o preço médio foi de R$ 0,9332 o litro, a valorização é de 10,48%, pois a média de 2013 é de R$ 1,0310 o litro.
Considerado um ano atípico, 2013 registrou aumentos nas cotações do leite em praticamente todos os meses – em agosto, o preço médio foi o maior dos últimos seis anos em termos reais (descontando a inflação do período). O impulso veio principalmente da demanda interna aquecida, informa o Cepea.
Nos últimos dois meses do ano, as chuvas favoreceram a qualidade das pastagens e o consequente acréscimo na captação de leite, que bateu novo recorde. De outubro para novembro, o Índice de Captação de Leite do Cepea (ICAP-L/Cepea) aumentou 3,51%, atingindo 167,94. O destaque no período foi para São Paulo, Goiás e Bahia, onde o crescimento foi de, respectivamente, 8,15%, 7,12% e 6,92%.
Previsão de nova queda
Segundo indicações de agentes de laticínios/cooperativas consultados pelo Cepea, para o próximo mês, a expectativa é de nova queda nos preços do leite. A maioria dos entrevistados (89,7%), que representa 96,1% do leite amostrado, indica que haverá baixa nos valores em janeiro. Outros 10,3% dos agentes, que representam 3,9% do volume amostrado de leite, acreditam em estabilidade. Não houve expectativa de alta para o próximo mês.
No mercado de derivados, as variações também foram negativas, em decorrência dos estoques elevados e do enfraquecimento da demanda por produtos lácteos. Os preços médios do leite UHT e do queijo mussarela negociados no atacado de São Paulo em dezembro (cotados até ontem, 26) fecharam em R$ 2,013/litro e R$ 12,326/kg, respectivamente, 7,62% e 3,47% inferiores às médias de novembro. A pesquisa de derivados do Cepea é realizada diariamente com laticínios e atacadistas e tem o apoio financeiro da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e da Confederação Brasileira de Cooperativas de Laticínios (CBCL).