Preço do milho pode reduzir confinamento em 2016, prevê Assocon

Previsão leva em conta atual situação do mercado interno e a perspectiva de consumo de carne bovina

Fonte: Divulgação/Assocon

Os preços altos do milho devem reduzir o volume de bovinos colocados em confinamento este ano, disse o diretor institucional da Associação Nacional dos Confinadores (Assocon), Márcio Caparroz. “Aqueles que decidirem confinar não vão deixar o animal tanto tempo no cocho”, afirmou.

Segundo Caparroz, o número de animais confinados em 2016 levará em conta a situação do mercado interno com a recessão econômica e a perspectiva de consumo de carne bovina.

“É difícil apostar em uma alta expressiva da arroba no momento em que o país se encontra. Há uma boa perspectiva de exportação, mas é preciso lembrar que as vendas externas não passam de 25% da produção”, disse ele.

Mercado segmentado

Caparroz disse ver como uma tendência os grandes frigoríficos se desligarem de ativos de produção para focar em produtos para mercados segmentados. No último dia 10, a Marfrig Global Foods informou ter vendido 99,99% do capital social da MFG Agropecuária, responsável pelas operações de confinamento da companhia no Brasil, a seu fundador, acionista controlador e presidente do conselho de administração, Marcos Molina dos Santos. “Não vale a pena para grandes indústrias terem ativos empatados em produção”, disse Caparroz.

Para o executivo, frigoríficos tendem a direcionar parte de sua capacidade produtiva a produtos e marcas especiais, direcionadas não somente à exportação, mas também aos mercados domésticos de alta gastronomia. Ele ressaltou que no ano passado empresas como a JBS reduziram significativamente o número de confinamentos próprios, mantendo apenas unidades estratégicas, voltadas à produção mais segmentada, de valor agregado.

“Não há a perspectiva de grandes indústrias fazendo integração como acontece com suínos e aves. O que vemos é a criação de clusters de produção, em uma parceria ou conexões regionais”, afirmou.