Entre o último dia de junho e 26 de julho, o preço pago aos criadores pelo quilo do suíno vivo aumentou 23%, chegando a R$ 2,40 em média no Estado de São Paulo. A arroba atingiu R$ 45,00 e deve continuar subindo. Segundo a pesquisadora do Cepea, Camila Ortelan, o motivo da alta é a redução da oferta, já que os produtores venderam muitos animais no começo da crise.
– O preço do suíno vinha muito baixo e, por isso, os produtores venderam animais mais leves e até mesmo matrizes o mais rápido possível – explica.
Apesar da recuperação dos preços, os dados do Cepea demonstram que o custo dos insumos também cresceu durante o mês de julho. O farelo de soja aumentou 15% e a tonelada está sendo vendida a R$ 1188,00. Já o milho teve alta de quase 40% e a saca está saindo por R$ 32,67. Atualmente, a relação de troca não está favorecendo os produtores. Com 1kg de carne, o criador consegue comprar 2kg de farelo, uma queda de quase 60% em comparação com o mesmo período do ano passado. Com a mesma quantidade de carne, ele compra 4,5kg de milho, queda de 26%.
De acordo com o analista de mercado Luciano Roppa, durante esses 64 meses, as granjas com cerca de 300 matrizes acumularam um prejuízo de aproximadamente R$ 500 mil.
Segundo a Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS), o custo total de produção está variando entre R$ 3,00 e R$ 3,31, o que representa um prejuízo de até 60% por quilo. Conforme o analista, o preço pago pela arroba deveria ser superior a R$ 45,00 para haver uma recuperação completa desse cenário.