Os preços do suíno vivo e da carne no atacado se recuperaram em abril, após as quedas de março. O motivo é a maior demanda da indústria por animais para abate, depois que as baixas em março deixaram os preços mais atrativos, informa o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). “Além disso, a demanda por carne no atacado também se aqueceu.”
Ainda conforme o Cepea, outro fator que influenciou a maior demanda da indústria foi a menor oferta de carne no mercado doméstico, devido às fortes exportações.
Após atingir recorde em março por causa do forte incremento nas vendas à China, o ritmo de exportação segue intenso em abril. Segundo relatório parcial da Secex, a média diária de embarques está em 4,9 mil toneladas de carne suína in natura, aumento de 15,5% frente à de março.
Nas praças paulistas, após acordo entre produtores e frigoríficos na reunião da Bolsa de Suínos da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS), os preços subiram de maneira abrupta. De 6 a 13 de abril, o animal se valorizou 25,3% na região SP-5 (Bragança Paulista, Campinas, Piracicaba, São Paulo e Sorocaba), negociado a R$ 7,16/kg na terça-feira.
Na maioria das regiões acompanhadas pelo Cepea no Sul, as cotações do animal já vinham apresentando tendência de alta desde a primeira semana de abril, amenizando o salto nos preços. No oeste catarinense, o animal se valorizou 12,3% de 6 a 13 de abril, indo para R$ 7/kg nesta terça. No Vale do Taquari (RS), a elevação foi de 8,1% no mesmo período, com o suíno cotado a R$ 6,81/kg no dia 13.
Em relação à carne suína, além do aquecimento na demanda no início do mês, a queda de preços favoreceu também as vendas no varejo, permitindo o reajuste positivo de preços no atacado. “Para a carcaça as altas foram mais fortes, acompanhando a movimentação do (animal) vivo”, cita o Cepea. “No atacado da Grande São Paulo, a carcaça especial suína foi negociada a R$ 10,56/kg na terça-feira, expressivo avanço de 19,5% em relação à terça-feira anterior (6).”