Preço do suíno em Minas Gerais sobe 20% em relação ao mês passado

Com demanda aquecida, quilo do animal vivo atinge R$ 4,40 no estado, compensando a alta dos custos de produção

Com a demanda interna aquecida, os preços do suíno voltaram a subir nas últimas semanas. Em dezembro, o quilo do animal vivo em Minas Gerais foi comercializado, em média, a R$ 4,40, valor 20% superior ao do mês anterior. 

Os suinocultores comemoram a alta nos preços do produto, já que, mesmo com o aumento no custo de produção, vão encerrar o ano com saldo positivo.

O criador Thiago Miranda, de Patrocínio (MG), afirma que os frigoríficos aumentaram em 30% a procura por suínos em dezembro, em relação aos três meses anteriores. Para atender à demanda, ele ampliou os abate mensal para 4 mil animais. Parte das vendas é feita para outros estados, como Ceará, Goiás e São Paulo.

“Final de ano é sempre assim, a procura aumenta mesmo, pois a carne suína é saborosa e com bom preço”, diz Miranda, que espera que o consumo se mantenha aquecido também nos primeiros meses de 2016.

Custos

Segundo o suinocultor mineiro, a média de preços foi elevada, mas as despesas da criação também tiveram elevação. Neste ano, o custo de produção do quilo do animal vivo em Minas foi de R$ 3,60, alta de 22% em comparação com 2014. Os maiores responsáveis pelo aumento foram o milho e o farelo de soja, ingredientes básicos da alimentação dos suínos.

A preocupação do presidente da Associação dos Suinocultores do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, Ricardo Bartholo, é que os custos se mantenham elevados nos próximos meses. “Precisamos que os preços também fiquem estáveis; se caírem, vai ficar difícil para o produtor”, diz ele.

A projeção para 2016 é de cotações firmes ao longo do primeiro semestre. A crise econômica no país pode estimular a procura por outras carnes e beneficiar o preço do suíno.

Bartholo afirma que os consumidores têm aumentado as compras e que é difícil sobrarem leitões nas granjas. “O consumo por pessoa deve aumentar, então a expectativa de preços é boa, mas vamos ficar de olhos também nos custos”, diz o presidente da associação.