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Preço do suíno vivo cai 30% em Minas Gerais no último semestre e gera crise no setor

Excesso de oferta e insumos mais caros seriam os principais motivos da criseNos últimos seis meses o preço do quilo vivo do suíno caiu 30% em Minas Gerais. A suinocultura local apresenta 240 mil matrizes e uma produção de 513 mil toneladas por ano. A crise apareceu de surpresa nos últimos seis meses, por conta do excesso de oferta e insumos mais caros.

Os suinocultores mineiros esperam medidas do governo além das linhas de crédito. Querem, por exemplo, uma política bem definida para garantir maior oferta de grãos no mercado interno, reduzindo os custos. Em Minas Gerais, só mesmo quem está no sistema de integração tem renda garantida.

O excesso de oferta e insumos mais caros preocupam até mesmo quem trabalha no sistema de integração, como José Donizeti Ribeiro, que manda para o abate 36 mil suínos por ano. Por enquanto o suinocultor vem mantendo a renda, recebendo em média R$ 24,00 por animal.

 – Do ano passado até agora não mudou nada. Nós temos um sistema de parceria, então o preço do suíno para mim não mudou, está mantendo aquilo que a integradora prometeu. A gente se preocupa com o que pode acontecer. Será que o preço do suíno vai subir?  O farelo de soja também está subindo de preço. Estamos preocupados com esse mercado – afirmou José Donizeti.

O sistema de integração com as agroindústrias representa apenas 10% da suinocultura mineira.  O grande vilão dos custos este ano é o farelo de soja que passa de mil reais a tonelada, o dobro do preço praticado no inicio do ano. Os criadores que apresentam melhores condições conseguem, no máximo, empatar as contas.

De acordo com o presidente da Associação dos Produtores Integrados de Suínos do Estado de Minas Gerais (APROIMG), Luiz Carlos Vasconcelos, a indústria vem absorvendo os custos dentro de um planejamento em longo prazo.

– Tanto esta quebra americana na safra de soja, quanto na safra de milho, e esse impacto no Brasil que essa queda de preço proporcionou nos preços de janeiro até agora, de R$ 3,20 e R$ 3,50 para R$ 2,20 e R$ 2,50, o integrado sente menos do que um produtor independente, pois ela é amortecida pela indústria. A indústria tem que fazer o estoque regulador dela, tem que ter armazéns gerais, e então trabalhar os custos médios de certa forma para não impactar no integrado – ressalta Luiz Vasconcelos.

O presidente da entidade também explica que, para os independentes, o aumento dos insumos foi muito mais rápido do que o poder de reação dos criadores, que não tiveram tempo de reduzir o plantel.

– O independente não consegue responder na mesma proporção. Algumas granjas no Sul começam a entrar em estado de calamidade, porque não têm renda, por isso não conseguem alimentar o plantel e acabam liquidando algumas unidades para tentar amenizar. As exportações de milho devem ser mais trabalhadas. Isso prejudica muito o mercado interno, porque começa a faltar produto no mercado de soja, e com certeza já tem indústrias no Sul importando da Argentina. A soja está hoje R$ 75,00 o saco, fica praticamente impossível a suinocultura sobreviver com estes custos nos patamares que estão hoje – finaliza Luiz.

Os criadores esperam que o governo vá além, definindo novas linhas de crédito para o setor. Também esperam medidas que possam garantir disponibilidade maior de grãos para o mercado interno.

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