Preço do suíno vivo fecha dezembro 46% mais alto que no ano passado

Com as exportações bastante aquecidas e os abates crescendo moderamento, não houve espaço para o crescimento da oferta no mercado interno, segundo analista

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Na região Centro-Sul, o quilo do suíno vivo está cotado a R$ 5,19. Foto: José Medeiros/Governo de Mato Grosso

O mercado brasileiro de carne suína está fechando 2019 com um consistente movimento de alta para o suíno vivo e para os principais cortes negociados no atacado. Segundo o analista Allan Maia, da Safras & Mercado, a disponibilidade doméstica de carne suína esteve ajustada ao longo do ano, favorecida pelo ótimo escoamento da produção para o exterior.

O analista ressalta que os abates cresceram de forma moderada ao longo do ano, não deixando margem para que ocorra um excedente de oferta no mercado nacional. “Apenas para comparação, o preço médio do quilo vivo na região Centro-Sul vale R$ 5,19 neste fechamento de dezembro, valor que supera em 46,5% o preço registrado no mesmo período do ano passado. Já o quilo médio da carcaça vale R$ 8,80, alta de 46% se comparada a dezembro de 2018”, disse.

Maia sinaliza que a demanda interna apresentou alguma melhora ao longo do ano, juntamente com a economia braseira. “Houve, contudo, poucos repiques de consumo ao longo de 2019, como o que vem sendo observado neste final de ano”, afirma.

Para o analista, contudo, o grande fator responsável para a trajetória de alta no mercado suíno no ano, especialmente nos últimos meses, foi a exportação. “Os números de 2019 foram puxados pela forte atuação da China no mercado internacional, que vem tentando diminuir o grande déficit de oferta e conter o movimento inflacionário da carne suína em seu mercado, desdobramento do agravamento da peste suína africana, doença que dizimou entre 40% e 50% do rebanho suinícola do país, de acordo com estatísticas governamentais”, explica.

Maia salienta que a China mudou a dinâmica do mercado mundial de carnes este ano, sendo o maior consumidor, inflacionando os preços das proteínas animais ao redor de todo o globo também, não sendo este um efeito exclusivo sobre o mercado suinícola brasileiro.