No ano passado, no mesmo período, os valores médios eram de R$ 2,36 (independente) e R$ 2,00 (integrado), apresentando diferença negativa de 2011 para 2012. Os dados são da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs).
Enquanto isso, o custo de produção aumentou. Atualmente, o preço médio do saco de milho é de R$ 25,69. Há um ano, já elevado, o valor era de R$ 24,42, subindo 5%.
– É a realidade que o suinocultor está vivendo. A desvalorização do preço pago pelo quilo do suíno ocorre em função de uma produção que cresce de 5% a 6% ao ano e ao consumo da carne suína que permanece igual. Para que a situação mude, é necessário que se ajuste a produção conforme pede a demanda – comenta o presidente da Acsurs, Valdecir Luis Folador.
O produtor rural Francisco Vezaro se dedica à suinocultura há cerca de 30 anos em Paim Filho, município do noroeste do Rio Grande do Sul.
– Nós, suinocultores, recebemos pouco pelo suíno. Enquanto isso, o produto é repassado ao consumir com um preço alto. É preciso mudar a situação, caso contrário, não há como continuar – reclama.
Responsável pela criação de 750 matrizes, Vezaro conta com 12 empregados em sua granja e alerta para o fechamento de outras duas no município.
– Caso a situação não mude, o próximo pode ser eu. Trabalho de domingo a domingo e a indústria só chora, dizendo que está falida. E nós, suinocultores? – questiona Vezaro.
Entre os casos citados pelo suinocultor, está o de Isidoro Conte, residente no mesmo município. Proprietário de uma granja (ciclo completo) com quatro mil suínos, Conte diz que o dia para o encerramento das atividades está próximo.
– Estamos há três anos trabalhando no prejuízo. Agora, depois que terminarmos a engorda desse lote, vamos fechar – fala, com perspectiva de seis a oito meses.
A granja é familiar e conta com mais quatro pessoas.
– Me criei na suinocultura, mas, infelizmente, não tenho opção – frisa Isidoro, lembrando que a criação de suínos começou com o pai.