A oferta nos sete principais países exportadores mundiais avançou 5,5% nos primeiros quatro meses do ano, o equivalente a 5,4 bilhões de litros. Os Estados Unidos respondem por metade desse crescimento, com o clima e novos investimentos favorecendo a indústria local. O Brasil também teve alta considerável, registrando exportação de 5,6 mil toneladas até maio.
“O retorno das importações chinesas foi particularmente significativo”, ressaltou Tim Hunt, analista do Rabobank. Segundo Hunt, a indústria do gigante acumulou estoques volumosos, após um período intenso de compras, pressionando os negócios locais e gerando reflexos no exterior. “Os preços atuais no mercado internacional caíram para abaixo do que consideramos um patamar sustentável no médio prazo”, explicou Hunt.
Para o segundo semestre de 2014, o banco prevê uma diminuição considerável na produção de leite, já que as cotações reduzidas devem ser repassadas aos produtores. O consumo nos países exportadores, por sua vez, deve crescer lentamente, motivado por rendimentos maiores, crescimento do emprego e queda de preços no varejo. De acordo com Hunt, isso deve provocar uma leve melhora nos preços de lácteos até o fim deste ano ou início de 2015.
O relatório ainda informa que há um risco cada vez maior em relação ao fenômeno ambiental El Niño este ano, que deve provocar alterações climáticas no mundo todo, como um clima mais seco na Austrália e chuvas volumosas na Argentina, reduzindo a produção de leite desses países.