Preços do leite se estabilizam em agosto, aponta Cepea

Valor pago ao produtor registrou aumento de 0,8% no mêsO preço médio recebido pelo produtor de leite teve leve aumento, de 0,8%, em agosto na comparação com julho e ficou em R$ 0,7872 por litro, conforme levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, divulgado nesta sexta, dia 31. Incluindo frete e impostos, o valor passou a R$ 0,8547 no mês. Na comparação com agosto de 2011, contudo, os preços estão 2% inferiores, em termos nominais. Os preços representam as médias ponderadas dos Estados do Rio Grande do Sul

A relativa estabilidade da cotação ocorreu mesmo com o aumento da oferta. De acordo com o Cepea, o Índice de Captação de Leite (ICAP-Leite) referente ao mês de julho avançou 2,7% ante junho e 7,9% sobre o mesmo período de 2011. Esses números foram puxados, principalmente, pela região Sul, onde o acréscimo foi de 7% – em torno de 9% no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina e de 2,7% no Paraná. Segundo analistas do Cepea, com base na percepção do mercado, não há excedente de oferta, uma vez que nas outras regiões do País a captação caiu em razão da estiagem do período de entressafra.

O Cepea avalia que o cenário continua “crítico” tanto para a indústria quanto para os produtores por causa da escalada dos preços dos insumos, principalmente milho e soja, e não há uma previsão de melhora no curto prazo.

No mercado de derivados, os valores, em termos nominais, continuam abaixo dos registrados em 2011. Considerando-se a média das cotações diárias em São Paulo, o leite UHT ficou em R$ 1,81/litro, 8% inferior a agosto do ano passado, e o queijo mussarela terminou em R$ 10,61/kg, queda de 7%. Frente a julho, os dois produtos tiveram leve valorização, em torno de 1%. O setor, contudo, afirma que a demanda continua retraída, o que pressiona os preços.

Segundo apuração do Cepea junto aos compradores de leite, para o pagamento setembro (referente à produção de leite entregue em agosto), 67% dos entrevistados apostam na manutenção dos preços. Para 19%, deve haver alta, enquanto para 14% dos agentes, a tendência é de queda.