A propriedade do suinocultor Mário José Arruda, na região metropolitana de São Paulo, tem um século de trabalho na suinocultura. A arroba é vendida a R$ 70,00. Apesar do preço mais alto, o problema é a alimentação dos porcos. A saca do milho, que custava R$ 23,00 em julho, agora custa R$ 35,00. O farelo de soja, que estava entre R$ 600,00 e R$ 800,00 a tonelada, chega a R$ 1,4 mil.
– Ficou elas por elas, porque o custo subiu demais, embora tenha melhorado a relação milho-suíno. Ainda temos uma defasagem muito grande, principalmente porque foi uma crise muito longa. O suinocultor está totalmente descapitalizado – lamenta o produtor.
Para o analista de mercado Aedson Pereira da Silva, o cenário atual é resultado de tudo o que aconteceu no mercado das commodities durante este ano.
– Os Estados Unidos tiveram a maior queda dos últimos 50 anos, o que potencializou essa inflacionada no preço da soja e do milho e puxou a oferta e os preços aqui – explica.
Mário José Arruda afirma que a situação continua extremamente difícil para os suinocultores.
– [O produtor] Já entrou em banco, já contraiu dívidas e, agora com a crise do custo nesse segundo semestre, a situação está cada vez mais dramática, principalmente para os independentes, que bancam toda a produção, ração. A gente está passando muito aperto – destaca.
A situação deve continuar preocupante no próximo ano. De acordo com o analista, os preços da soja e do milho devem permanecer em patamares elevados.