De acordo com o governo catarinense, a suinocultura representa aproximadamente 21% do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado. A atividade gera 65 mil empregos diretos e mais 140 mil indiretos. A produção de suínos em Santa Catarina é reconhecida pela alta produtividade, excelência em mão de obra e genética avançada, patamar alcançado graças a décadas de pesquisa e desenvolvimento.
O produtor Riquelmo Zonandré dedicou 30 anos à atividade, mas há três anos resolver desistir da atividade. Ele e o irmão Leomar Zonandré investiram R$ 800 mil na propriedade. Os sócios compraram 2,2 mil cabeças. Por causa da crise, se desfizeram de todos os animais, acabaram não recuperando o investimento e ainda tiveram mais R$ 350 mil de prejuízo.
Segundo dados da Associação Catarinense de Criadores Suínos (ACCS), desde 2009 o setor registra perdas. Naquele ano o quilo do suíno vivo valia R$ 1,70 e o custo de produção chegava a R$ 2,29. Em 2010 os criadores praticamente empataram. Em 2011 a situação voltou a piorar e neste ano a diferença por quilo passa de R$ 0,50, com o quilo vendido a R$ 1,90, enquanto o custo passa de R$ 2,40.
De acordo com o presidente da ACCS, Louzivânio de Lourenzi, um dos motivos para elevação do custo de produção foi a alta de produtos que fazem parte da ração dos animais. O quilo do farelo de soja, por exemplo, que custava R$ 0,70 em junho do ano passado está valendo R$1,19 . Como o Estado não é autosuficiente na produção de soja e milho, trazer esses produtos de outros Estados prejudicou os criadores.
Lourenzi pede a ação do governo federal para aliviar a crise. Entre as ações sugeridas estão o pagamento da diferença e também a redução da carga tributária.