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Prêmio pago aos pecuaristas de Mato Grosso que exportam para a União Europeia cai 95%

Mesmo com a conquista brasileira de autonomia para elaboração da lista Trace, número de criadores interessados em vender para o bloco está reduzindoA desvalorização do prêmio pago para pecuaristas que exportam carne bovina para a União Europeia preocupa a classe produtora. Em pouco mais de três anos, houve queda de 95% no valor do prêmio pago em Mato Grosso, apesar de todas as exigências sanitárias do bloco para a liberação do mercado.

O Estado possui o segundo maior número de fazendas habilitadas para vender o produto para os países do bloco. Atualmente, Mato Grosso possui 433 propriedades aptas a exportar carne bovina para Europa, o que representa 22% das fazendas habilitadas em todo Brasil. Porém, o número é menos de 0,5% da quantidade de propriedades que praticam pecuária no Estado. Com o baixo valor pago, o número pode não aumentar.

De acordo com a superintendência regional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), apenas 39 fazendas aguardam auditoria para entrar na lista trace. Há três anos, eram cerca de 500.

– Colocávamos praticamente todos os técnicos para atender Sisbov, Hoje, o produtor pede pra sair. Ele sabe que o trabalho é grande e não compensa ficar ali. pede pra sair da lista – conta o chefe do Serviço de Saúde Animal do Mapa em Mato Grosso, Ênio de Arruda Martins.

Desde 2008, a fazenda da família de José Antonio Brehm está autorizada a vender gado com destino à União Europeia. A propriedade fica em Jaciara, distante 150 quilômetros de Cuiabá. Todos os 2,8 mil bovinos estão rastreados com brincos e bótons, que garantem a identificação individual. Além disso, a cada seis meses, o local passa por uma vistoria.

O produtor cumpre à risca as exigências e ficou animado com a retomada da autonomia do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) sobre a lista Trace, no entanto, lamenta o valor pago ao produtor, que está cada vez menor.

Em setembro de 2008, quando Brehm fez a primeira venda direcionada ao bloco, cada arroba do boi rastreado valia R$ 18 a mais que o preço pago pelo não identificado. Hoje o cenário é bem diferente: no último lote entregue, a bonificação foi de apenas R$ 1 por arroba.

– Infelizmente, o prêmio não compensa. Se não tiver lucro, não tem como continuar na pecuária para exportar – comenta.

A situação preocupa a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat). Mesmo diante dos baixos prêmios, a entidade acredita que a lista Trace possa ficar maior, já que aproximadamente 29 mil propriedades rurais em todo o país estão cadastradas entre os Estabelecimentos Rurais Aprovados no SISBOV (Eras). O problema é que com mais fornecedores as bonificações podem cair ainda mais.

– Todo mundo sabe que a União Europeia é o bloco que melhor remunera pela carne no Brasil. Nada mais justo que os produtores também recebam esta remuneração. Infelizmente, nós estamos recebendo muito pouco, quase nada, e a tendência é que com o aumento do número de propriedades, este prêmio diminua mais ainda. O pecuarista deve discutir com o frigorífico este prêmio ou então destinar a carne ao mercado interno – avalia o superintendente da Acrimat, Luciano Vacari.

Em 2011, as exportações de carne bovina produzida em Mato Grosso para a Europa somaram 13,6 mil, o equivalente a 7% dos embarques realizados. Já a receita obtida passou dos US$ 99 milhões, o que representa 12,5% do total.

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