– Este foi um ano bom, que poderia ser ótimo não fosse o problema do embargo russo – disse, em entrevista à Agência Safras.
Pedro de Camargo Neto afirma que o ponto forte de 2011 para o setor foi o mercado interno, que trouxe sustentação, ainda que os custos tenham se mostrado muito elevados, devido ao preço do milho.
– Tivemos um aumento no consumo interno, que acabou absorvendo os volumes que deixaram de ser exportados – comenta.
De acordo com previsões da Abipecs, o setor deve encerrar o ano com uma produção de 3,5 milhões de toneladas, com incremento de 4,9% frente a 2010.
– Para 2012 esperamos um crescimento da produção mais lento que o deste ano, da ordem de 2% a 3%, embora com a demanda interna aquecida. Também esperamos que haja uma recuperação nos preços e uma leve retração nos custos, por conta de um abastecimento de milho mais efetivo que o deste ano, trazendo uma recomposição das margens de comercialização.
Em termos de mercado externo, Pedro de Camargo Neto espera que em 2012 seja possível voltar a exportar para a Rússia, bem como ampliar as vendas de carne suína à China.
– Temos indicativos positivos para a manutenção de bons volumes para Hong Kong, mercado que se consolidou como um dos maiores importadores do Brasil neste ano. Ainda é cedo para dizer se a Venezuela será um mercado comprador potencial, mas acreditamos que possamos começar a vender a mercados estrategicamente importantes, como Estados Unidos e União Europeia, através da condição sanitária diferenciada de Santa Catarina – prospecta.
O dirigente afirma ainda que as negociações com os mercados asiáticos devem seguir evoluindo no próximo ano, especialmente para Japão e Coreia do Sul, com boas expectativas.
– Confirmando alguns mercados e consolidando outros, é possível que o Brasil feche 2012 com embarques de 650 mil toneladas, retomando sua participação no cenário mundial – pontua.
Entenda o embargo russo: