No primeiro Interconf, em 2008, se discutiu o modelo de produção. Foram debatidos os chamados marcos regulatórios um ano depois, quando a preocupação era com questões sanitárias, nutrição, políticas para o setor. Ainda veio o mercado e agora, na quarta edição do Interconf, se fala sobre a gestão em pecuária de confinamento.
Na palestra de abertura um panorama positivo traçado pelo experiente homem do setor e ex-ministro da agricultura, Pratini de Moraes. Ele falou do potencial da produção brasileira, e da segurança que o produtor tem, aconteça o que acontecer.
? Por duas razões muito objetivas. Primeiro que o grande mercado da carne brasileira e todo produto brasileiro é o Brasil. Um outro aspecto fundamental é que cada vez mais se configura a competitividade e a qualidade dos alimentos brasileiros ? ressaltou o ex-ministro.
O rebanho brasileiro da pecuária de corte chega a 174 milhões de cabeças. Cerca de 8% em sistema de confinamento. Nesta época com escassez de pasto, é o gado confinado que segura a oferta de carne, ou pelo menos boa parte dela. Desses animais sai até 30% do que chega ao mercado.
Tamanha importância se reflete no interesse de novos pecuaristas pelo sistema.
? Eu tenho certeza que com gestão, com foco na produtividade, o confinamento continua sendo e será sempre um bom negócio. Até porque eu acredito no crescimento do setor, acredito que isto é uma parte muito importante na busca da produtividade ? afirma o presidente da Associação Nacional dos Confinadores (Assocon), Eduardo Moura.
O desafio é se manter na atividade, com eficiência, alertam os especialistas. As palestras e os debates no primeiro dia do Interconf foram sobre economia. A situação mundial e os efeitos na produção de carne, nos investimentos e nos resultados.
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? A tendência é o preço remunerador permanecer nos próximos três, quatro anos. E o nosso papel é procurar administrar, gerenciar, manter a eficácia, manter a produtividade crescendo, e com isso nós vamos ter um agronegócio bastante saudável pelos próximos anos ? ressalta o coordenador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), Geraldo Sant’Ana de Camargo Barros.
Apesar de toda a segurança, é preciso diversificar como em qualquer setor, com todos os seus benefícios e riscos lembra o especialista e professor da Esalq/USP, Fernando Curi Peres.
? Gerencialmente, estrategicamente o empresário rural tem que pensar que vai chegar a hora das vacas magras dele, isso não há dúvida que chega. Então pra isso gerencialmente ele precisa de certas medidas. A diversificação pode ter diversas formas, mas é fundamental quando você trabalha com commodities ? afirma.
A quarta edição do Interconf não acontece em Goiânia, por acaso. O Estado é o maior criador de gado de corte em confinamento, chega a um milhão de cabeças.
Nos três dias, cerca de mil profissionais do setor devem comparecer ao evento. O Interconf é promovido pela Associação de Confinadores, em parceria com o Canal Rural.
Para outras informações e a programação completa, acesse o site da Interconf.
