No entanto, o aumento da produção e do abate não se traduziu em maior oferta para a exportação, que caiu 26,6% a 100,9 mil toneladas, o nível mais baixo dos últimos oito anos. De janeiro a outubro de 2012, o consumo argentino foi retomado, com recuperação de 6,1% em relação ao resultado de 2011, alcançando 58 quilos por pessoa/ano. Os números negativos das vendas externas de um dos principais exportadores da proteína animal obedecem à política deliberada do governo de Cristina Kirchner de privilegiar o consumo interno.
Além das restrições das exportações por meio de cotas e de impostos, uma forte estiagem em 2008 levou os pecuaristas a liquidar o rebanho, principalmente vacas. O setor estima uma perda de 11 milhões de cabeças de gado entre 2008 a 2009, o que provocou uma retração da oferta doméstica nos últimos três anos. O consumo encolheu a níveis mínimos históricos de 53 quilos per capita/ano.
O relatório mostra que 41,7% do total abatido em outubro correspondeu a vacas. O nível de abate de fêmeas teoricamente não deve representar mais do que 43%, já que as reprodutoras são as que sustentam a expansão do rebanho. Durante a crise, esse volume chegou a ser de quase 80%.
– O processo de recomposição de ventres (vacas em idade fértil) completou dois anos e meio sem interrupções. Não obstante, cabe destacar a perda de intensidade do processo -observou a câmara da indústria frigorífica.