Segundo a Ciccra, entre janeiro e agosto, as exportações caíram 26,5%, para 80.518 toneladas, volume mais baixo dos últimos oito anos. A participação das exportações no total de carne produzido caiu de 10,4% para 7,2%. O consumo doméstico aumentou 5,5%, a 57,1 quilos por pessoa/ano.
Conforme o relatório da Ciccra, o abate aumentou 2,9%, a 985 mil cabeças, das quais 41,5% eram fêmeas. No setor de carnes, o nível de abate de fêmeas é uma variável importante para sustentar o tamanho do rebanho e o ideal é que não supere 43%. No pior momento da crise do setor, entre 2007 a 2009, o porcentual passou dos 60% e os pecuaristas praticamente liquidaram as vacas em idade fértil.
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O governo argentino impôs barreiras para as exportações de carne bovina a partir de 2006, com o objetivo de preservar o abastecimento doméstico a preços acessíveis. O efeito foi adverso, já que a menor rentabilidade levou os pecuaristas a vender os animais e fazer uma migração de suas atividades para o cultivo de soja e outros alimentos mais rentáveis. De acordo com o presidente da Ciccra, Miguel Schiariti, o elevado custo, defasagem cambial e impostos de exportação desestimulam as exportações.
A carne é taxada com retenções de 15% e o setor vai pedir ao governo uma redução dessa alíquota. No ano passado, o Fisco arrecadou US$ 180 milhões com as exportações de carnes e derivados. Em março último, a presidente Cristina Kirchner baixou as retenções para os embarques de carnes processadas. Porém, o efeito foi pequeno porque somente 7,7% das vendas são desse tipo de carne. Embora a produção tenha aumentado levemente, o setor na Argentina continua em crise. A Ciccra estima que nos últimos dois anos o setor fechou 15 mil vagas de trabalho.
