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Produção de carne de rã cresce no Brasil

Atualmente, consumo médio é de menos de 100 gramas por pessoa ao anoA criação de rãs cresceu 8% no último ano no país, que é o segundo maior produtor da carne no mundo. A atividade é considerada muito rentável e está atraindo produtores rurais de outras culturas. E a expectativa é de mais crescimento, com a popularização do consumo médio, que hoje é de menos de 100 gramas por pessoa ao ano.

– Eu comecei por brincadeira, mas vi que era seria lucrativo. É um animal que se reproduz rapidamente e em quantidade grande – afirma o produtor rural José Messias.

Messias entrou no ramo há 36 anos. Hoje, integra uma associação de criadores em Hidrolândia, Goiás, que produz até 250 mil anfíbios por mês, o equivalente a 5 toneladas de carne. É o suficiente para abastecer não só o Estado, mas parte de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná. 

– Temos várias ofertas, mas não temos produto suficiente. Por isso, a associação resolveu apostar nessas portas que estão abertas por aí – continua Messias.

Produtores rurais estão vendo na ranicultura uma oportunidade de renda. O retorno financeiro pode chegar a 30% em lucro, e a expectativa é de que o setor se consolide nos próximos anos.

– Nós temos sido procurados por muitos produtores, que estão colocando a rã pra complementar a renda familiar. E não precisa de mão de obra especializada, pois nós temos técnicos da Emater para orientar. É uma atividade rentável – afirma o técnico da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) Francisco Cabral.

Para começar o negócio, são suficientes R$ 15 mil, uma área de 500 metros quadros e uma caixa d’água de 3 a 5 mil litros, onde é possível criar de 30 mil a 50 mil rãs. O custo de produção é de R$ 6 a R$ 8 por quilo de carne. O ciclo entre a desova, o desenvolvimento do girino, a engorda e o abate dura cerca de sete meses. Atualmente, existem sete unidades de abate e 37 ranários em todo o país, de acordo com o último censo aquícola nacional. A maioria deles está no sudoeste do país.

– O consumo de carne de rã no Brasil pode dobrar, pois é um animal com um ciclo bastante curto de produção. Os estabelecimentos não exigem um investimento de grande manejo. O precisa é modificar os hábitos do brasileiro – afirma o coordenador-geral de inspeção do Ministério da Agricultura, Luiz Marcelo Araújo.

E motivos para consumir a carne de rã não faltam. Em valores nutricionais, a iguaria é mais saudável que os outros tipos de carne, como bovina e a de frango. 

– A carne de rã é hipoalergênica. Ou seja, ela causa menos alergia ao organismo. Ela também é muito rica em proteína e tem baixíssimo valor de colesterol – afirma a nutricionista Cristiane Coronel.

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