Em uma reunião da Câmara Setorial nesta terça, dia 20, em São Paulo, o presidente da associação Leite Brasil, Jorge Rubez, foi categórico ao afirmar que a produção, a comercialização e o consumo do tipo B não foram interrompidos.
São Paulo é responsável por 30 milhões dos 44 milhões de litros do tipo B produzidos no país por ano. Representantes dos criadores e da indústria querem agora que o governo edite uma outra normativa, específica para a variedade. A proposta é que a bebida tenha índices de qualidade que cheguem, no máximo, a 80% do que estabelece a IN 62 (leia mais abaixo). O processo está em andamento em Brasília.
O alimento, no entanto, é produzido cada vez menos no Brasil. Em 2007, o volume total de litros era de 124 milhões. Atualmente, o número chega a apenas 44 milhões no ano. Ao mesmo tempo, ocorreu o tipo inverso com o tipo A, considerado de melhor qualidade: dos 21 milhões de litros produzidos há cinco anos, o desempenho saltou para 34 milhões.
– Eu não vejo a necessidade de você ter uma fazenda padronizada pro leite b, ou fiscalizada pro leite b. O que é importante pro consumidor é o leite que a gente recebe na plataforma. E ele está em melhores condições do que estava o B antes – avalia Antonio Julião Damásio, presidente de uma cooperativa de Sorocaba.
Saiba mais
O leite tipo B é um pasteurizado, o que significa que passa por um processo rigoroso, a altas temperaturas. Pode ser encontrado em saquinho ou em caixinha.
Desde o dia 1° de janeiro, a Instrução Normativa 62 estabelece regras mais rigorosas para a produção de leite no Brasil, da captação até o beneficiamento nos laticínios. Antes, o que valia era a IN 51, que concedia tolerância nos índices de bactérias e de células somáticas no leite de até 750 mil por mililitro. Com a mudança, são aceitos, no máximo, 600 mil.
O controle destes dois microorganismos é referência para determinar a qualidade do leite. O que acontece é que a nova instrução não fez qualquer referência ao leite tipo B, o que foi interpretado como uma exclusão. Sendo assim ele, não poderia mais ser comercializado.