? Quando traçamos o cenário para o ano não tínhamos ideia de que o preço do leite cairia tanto ? disse Rodrigo Alvim, presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Segundo ele, o setor mantém a previsão de crescimento de 5% para 2010, mesmo apesar do preço mais baixo. Edson Alves Novaes, gerente de Estudo Técnicos e Econômicos da Federação de Agricultura do Estado de Goiás (Faeg), conta que o preço ao produtor caiu 13% desde o início do ano, enquanto no varejo a queda foi menor: 6%.
? O problema é que, mesmo com os preços mais baixos, a captação de leite não diminuiu ? afirmou.
De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq), a produção nacional acumulou aumento de 5,2% de janeiro a julho no país, de acordo com seu Índice de Captação de Leite (ICAP-Leite). Apenas em julho a oferta aumentou 5,44% na comparação com junho.
O Cepea calculou que o preço médio recebido pelos produtores em agosto (que remunera a produção de julho) foi de R$ 0,6918/litro, recuo de 4,5% ante julho. Na comparação com a média nominal de agosto de 2009, o recuo nos preços foi de 10,7%. O Cepea considera a média ponderada em sete Estados produtores de leite ? Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Bahia.
Em São Paulo, levantamento da Scot indica que a queda no preço do leite pago ao produtor não chegou a 1% no pagamento de agosto. O produtor recebeu, em média, R$0,759/litro, 9% acima da média nacional. No mercado spot paulista o valor foi de R$ 0,73/litro. De acordo com a Faeg, em Goiás, houve redução de 4,9% (3,5 centavos por litro), indo para R$ 0,6790/litro (bruto). O Cepea aponta que, em Goiás, houve redução de 4,9% (3,5 centavos por litro), indo para R$ 0,6790/litro (bruto).
Análises do Cepea e da Scot Consultoria mostram que, nos meses à frente, a previsão de clima mais seco pode restringir a oferta de leite e os preços devem voltar a ter sustentação.