? Os níveis exigidos são quase de Primeiro Mundo, mais de 50% dos produtores não terão como atendê-los ? afirmou o diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria de Leite Longa Vida (ABLV).
Representantes do setor se reunirão com membros do Ministério de Agricultura, nesta quarta, dia 8, em Brasília, para tratar da questão. O horário do encontro ainda não tinha sido confirmado até o meio da tarde desta terça, dia 7.
Pela norma, a partir de 1º de julho o leite das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste poderá ter contagem bacteriana total (CBT) de até 100 mil UFC (unidade formadora de colônias) por mililitro para tanques individuais e 300 mil UFC/ml para tanques coletivos.
Já a contagem de células somáticas (CCS) passaria de 750 mil para 400 mil/ml. A mesma norma valeria para as regiões Norte e Nordeste a partir de 1º de julho de 2012. Para ter uma ideia, pelos padrões europeus, a CCS seria de 100 mil/ml e a CBT de 70 mil UFC/ml.
O setor pediu que ambos os níveis – CBT e CCS – sejam diminuídos para 600 mil/ml e que um período de transição seja estabelecido para que sejam alcançados os patamares exigidos pela IN 51. Se a regra for aplicada como está agora o produtor que deixar de cumpri-la não poderá vender a produção para a indústria, que é obrigada a seguir a IN, editada em 2002.
Para o presidente da ABLV, Laércio Barbosa, se a regra não for modificada, muitos produtores voltarão à informalidade.
? Correremos o risco de perder um trabalho de formalização que levou anos ? afirmou.
Representantes do setor argumentam que seria necessário um programa governamental de incentivo ao investimento em tecnologia, compras de tanques de refrigeração e capacitação de mão de obra para elevar a qualidade do leite.