O superintendente do Conselho das Associações dos Cafeicultores do Cerrado (Caccer), José Augusto Rizental, enfatiza como os produtos com indicação geográfica podem ser valorizados.
? Devemos usar diversas ferramentas, como certificação, marketing, controle de logística e banco de dados. São várias engrenagens necessárias para fazer com que a indicação geográfica funcione a favor dos produtores ? explica.
A Caccer congrega associações e cooperativas do Café Cerrado, detentor da indicação geográfica do Cerrado Mineiro. O café dessa região tem aromas intensos que variam do caramelo a nozes, acidez levemente cítrica e sabor achocolatado de longa duração. Atualmente, cerca de dois mil produtores são associados. E eles já começam a colher os frutos da Indicação Geográfica.
? Ficamos dois anos sem saber como tirar proveito da indicação. Agora já estamos entrando diretamente no mercado japonês e foi a indicação que propiciou a entrada também na Espanha ? diz Rizental.
Há quase dois anos, produtores do Sul do país conseguiram a indicação geográfica para a Carne do Pampa Gaúcho da Campanha Meridional. A região, no Rio Grande do Sul, tem tradição na pecuária desde a colonização do Brasil. O presidente do Conselho Regulador da Associação dos Produtores de Carne de Pampa Gaúcho da Campanha Meridional (Apropampa), Fernando Adauto, explica que os produtores ainda estão avançando para conquistar mais resultados.
? A indicação já gerou parcerias para a discussão da qualidade da carne e conservação do Pampa. Além disso, após a IG a carne ficou mais valiosa no mercado ? diz ele.
Segundo Adauto, a associação trabalha atualmente para aumentar a escala de fornecimento e vender para mais regiões do país. Hoje aguardam o registro de Indicação Geográfica o couro do Vale dos Sinos (RS), arroz do litoral norte gaúcho, os doces de Pelotas (RS) e a manga e uva do Vale do Submédio do São Francisco, especialmente de Petrolina (PE) e Juazeiro (BA).