Produtores argentinos chegam a acordo sobre importação de carne suína brasileira

Cota deve ficar em torno de 36 mil toneladas por anoRepresentantes da indústria frigorífica e de produtores argentinos chegaram a um acordo sobre o volume necessário de importação de carne suína para atender o mercado doméstico: em torno de 36 mil toneladas por ano, ou três mil toneladas por mês, como havia solicitado o ministro de Agricultura do Brasil, Mendes Ribeiro, em encontro com o ministro argentino Norberto Yauhar, em fevereiro.

A cota, porém, não será exclusiva para o Brasil, já que o Chile também exporta suínos ao mercado argentino e reclama participação. O volume a ser liberado para importação inclui, além de carne in natura sem osso, toucinho e cortes de menor valor. A proposta para retomada das importações de carne suína foi entregue ao secretário de Comércio Interior, Guillermo Moreno. O setor espera uma resposta para esta sexta, dia 4.

Também ficou decidido que a cadeia não vai importar carne com osso nem produto terminado, como presunto, salame, salsichas e outros frios e embutidos. A decisão prejudica especialmente a Sadia, maior exportadora brasileira desse tipo de mercadoria para o mercado argentino. Em 2011, o país importou quase 3,5 mil toneladas de frios e embutidos, conforme estimativas da Câmara da Indústria de Frios e Embutidos (Caiha). Cerca de 80% desse volume veio do Brasil.

Em 2011, a Argentina importou aproximadamente 45 mil toneladas de carne suína, das quais 27 mil toneladas foram de carne fresca de pernil e paleta e o restante de retalhos e toucinho. Desde fevereiro o governo só autoriza a entrada de retalhos e toucinho para a indústria de embutidos e frios, única autorizada a fazer importações, se a proposta for aprovada por Moreno.

Ficou acertado ainda que a importação terá de ser constante em seu volume mensal para evitar saltos e acúmulos nos volumes, capazes de deprimir os preços para os produtores. Os representantes da indústria estão otimistas em relação à reabertura do mercado, mas se mostram preocupados sobre a viabilidade de manter o acordo com o secretário Moreno.