O pecuarista Otto Manoel Alves investe em braford há 30 anos. Em sua propriedade, ele cria 1,8 mil animais somente em pastagens nativas. Proveniente da cruza com o zebu, uma raça mais rústica, eles se adaptam facilmente ao clima frio e quente do Estado. O pecuarista acredita que o negócio é rentável a curto prazo e tem um mercado com uma grande demanda para atender.
Com o mercado em expansão e a procura pela carne, os produtores apostam cada vez mais em genética. Na propriedade de Marcelo Macedo Linhares, por exemplo, parte do rebanho é destinada para a venda de reprodutores e o restante é comercializado em frigoríficos.
Linhares apostou na raça angus. Devido às facilidades com o manejo e ao valor agregado, ele já está pensando em ampliar a criação, que conta com três mil animais.
– É um animal que aguenta inverno, geada, calor. Outra vantagem dele também é a qualidade da carne – aponta o pecuarista.
Conhecer a origem dos alimentos é uma realidade percebida com relação ao comportamento dos consumidores, que estão mais exigentes, informados e conscientes da qualidade. Para atender às exigências, produtores se adaptam ao novo cenário.
Um exemplo que ilustra a situação é o projeto Carne Certificada Pampa, da Associação Brasileira de Hereford e Braford. Lançado em 2000, em Bagé, o projeto fornece carne para frigoríficos e grifes de carnes e abriu portas para diversos programas de certificação de carne de qualidade no país. A ideia é garantir ao consumidor uma carne com sabor diferenciado e, ao mesmo tempo, aumentar a remuneração do pecuarista pelo produto de padrão internacional.
– Elas têm uma atração de mercado porque o terneiro tem valido em torno de 20% a mais. O projeto tem produzido carne de qualidade – afirma o presidente da iniciativa.
As feiras de britânicos realizadas em Santana do Livramento têm representado boas oportunidades de negócios. Na última, por exemplo, a arrecadação total foi de R$ 3 milhões, dando ao município a terceira feira do Estado em faturamento.