O produtor Pedro Bortolotto possui 228 hectares, onde cria 600 cabeças de gado de corte. Na mesma propriedade também planta trigo e soja. O cruzamento das raças Red Angus com Nelore ocupa 33% da área. Essa diversificação foi a maneira encontrada por ele para ocupar a terra durante o ano inteiro.
Os animais ficam no campo entre 15 e 18 meses. O cuidado com a pastagem e com a suplementação no inverno garantem o ganho de peso. Aveia, braquiária e cana ocupam 24 hectares e são usadas como ração na época mais fria do ano.
? Não adianta ter genética se o gado está de barriga vazia. Cuido da pastagem como cuido da soja. Tem que adubar e corrigir a acidez pra dar certo ? explica Bortolotto.
A terminação é feita em confinamento, onde os animais são alimentados com silagem de milho, também produzida na propriedade.
? Tenho dez alqueires de terra e o gado come três toneladas por dia de silagem. O que eu planto rende para ano todo ? afirma o produtor.
O sistema de consórcio foi tema do dia de campo em Arapongas, no Norte do Estado. Segundo o zootecnista Geraldo Morelli, diversificar com pecuária tem se mostrado tão rentável quanto manter apenas a produção de grãos.
? Os produtores aproveitam a terra, principalmente no inverno e garantem, com o plantio de forrageiras, alimento para o inverno. A aveia e a cana resistem à geada e possuem melhor rentabilidade do que se só mantivessem a safrinha ? comenta o zootecnista.
A alternativa pareceu atraente ao produtor de leite Douglas Sastre, que já pensa em implantar o sistema.
? É uma boa ideia porque a gente aproveita 100% da terra e nos ajuda a melhorar a renda ? aponta Sastre.