– Vamos decidir como será o futuro. A Doux Frangosul continua fazendo pagamentos “pingados” e os produtores não estão satisfeitos. Vamos continuar na pressão – diz.
Weber aponta ainda que já chega a 700 o número de criadores que optaram pela suspensão do alojamento de animais. E garante que o número pode aumentar, caso os valores permaneçam em aberto. Conforme o dirigente, a companhia tem realizado pagamentos esporádicos, de baixo valor, a alguns produtores. A medida, entretanto, não seria suficiente para amenizar o problema. Ele revela que novas manifestações podem ocorrem ainda na terça.
– Dependendo do que for definido durante a reunião, podemos realizar protestos na Capital ou em Montenegro, onde fica a sede da Doux Frangosul. Também estamos preparados para ir até o governo do Estado, para reivindicar apoio, mais uma vez. Nós convidamos representantes da empresa para participar do evento, mas ainda não obtivemos a confirmação da presença. A única posição que nos passaram foi de reafirmar a proposta anterior, de quitar as dívidas até o final de março – relata.
Para o presidente da Associação de Criadores de Suínos do Estado (Acsurs), Valdecir Folador, a situação é crítica e pode se tornar insustentável.
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– Os integrados, por um lado, não recebem da empresa para a qual trabalham. Por outro, o problema da estiagem dificulta ainda mais, porque precisam enfrentar a falta d’água na produção. E tudo isso segue sem uma solução – lamenta.
Os pagamentos aos produtores integrados de frangos e suínos do Rio Grande do Sul estão em atraso desde julho de 2011. Desde então, a Doux Frangosul negocia com os trabalhadores. Entretanto, apesar de ter firmado diversos acordos para a quitação das dívidas, a empresa não efetuou pagamentos significativos. A promessa mais recente havia sido de liquidação de cerca de 40% dos valores até o dia 29 de dezembro. Entretanto, não foi cumprida.
Os pecuaristas decidiram, então, colocar em prática as ações definidas em assembleia da categoria, suspendendo o alojamento de animais em algumas propriedades e realizando manifestações em frente às portas da empresa. A empresa, por sua vez, apresentou novo plano, oferecendo a quitação dos débitos até o final de março deste ano, com parcelas que iniciariam em janeiro. A proposta não foi aceita pelos integrados, que ameaçam mover ações na Justiça para reaver os valores.
Procurado pelos produtores no início de janeiro, o secretário da Agricultura, Pecuária e Agronegócio do Rio Grande do Sul, Luiz Fernando Mainardi, afirmou que o Estado apoia a categoria, mas não pode intervir em relação ao débito da Doux Frangosul. Segundo Mainardi, como se trata de negócio entre entes privados, a única providência que pode ser tomada pelo governo é a de auxiliar na cobrança de uma solução.
