Segundo os argentinos, cinco mil toneladas de produtos – com valor de US$ 20 milhões – aguardam a liberação para entrar no mercado brasileiro. Em Buenos Aires, os produtores acusam seus concorrentes brasileiros de realizar pressões em Brasília para atrasar a entrada da mercadoria.
Em outubro passado, caducou o acordo entre produtores de ambos os países que determinava que a Argentina contaria com uma cota de leite em pó de 3,6 mil toneladas por mês. No entanto, de lá para cá a nova cota não foi negociada, motivo pelo qual existe um limbo comercial sobre o produto entre os dois lados da fronteira.
Os produtores argentinos também reclamam de serem os únicos prejudicados, já que até o momento não existem cotas para a entrada de leite exportado pelo Uruguai ao Brasil. Em 2012, os produtores uruguaios enviaram 58 mil toneladas ao mercado brasileiro.
Nos primeiros 11 meses do ano passado, a Argentina exportou 35.852 toneladas de leite em pó ao Brasil, volume que indica uma queda de 17% em relação a igual período de 2011. Entre janeiro e novembro de 2012, a Argentina exportou US$ 132,6 milhões em leite em pó para o mercado brasileiro, valor que mostra uma redução de 19% em comparação ao ano anterior.
As exportações de queijo – que não estão limitadas por cotas – também sofreram quedas. Segundo o Serviço Nacional Sanitário e de Qualidade Agroalimentar (Senasa), nos 11 primeiros meses do ano passado a Argentina exportou ao mercado brasileiro 17 mil toneladas de queijo, volume 30% inferior ao mesmo período de 2011. Em valor, no ano passado, o país exportou ao Brasil US$ 84 milhões, quantia 27% inferior ao período anterior.