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Produtores de leite de Minas Gerais aprendem a lidar com a seca e evitam importação do produto do Mercosul

Apesar da pressão do produto importado, produtores tentam manter a produtividade durante a estressafraA importação de leite do Mercosul preocupa os pecuaristas nas principais regiões produtoras do país. Se o preço cair nesta época, quando os custos são mais altos, o produtor vai ter prejuízo. Em Minas Gerais, que responde por 30% da produção nacional de leite, os produtores aprendem a lidar com a seca e procuram investir em silagem. Mesmo com os custos mais altos, a produção aumenta e os preços estão garantindo renda, além de resistirem ao leite importado.

Em plena entressafra, os produtores mineiros estão preocupados com as importações, principalmente do Mercosul. Se os preços caírem durante a seca, não vão cobrir os custos.

? Na Argentina, existia a cota em torno de três mil toneladas por mês, que venceu e está em processo de negociação a fixação destas cotas para Argentina e Uruguai. Se for analisar hoje, o que entra de leite aqui no país equivale à captação dos maiores fornecedores internos de leite do Brasil ? disse Alberto do Valle Junior, presidente do sindicato rural de Araxá. 

Mesmo com a pressão do produto importado, a oferta está menor e o consumo interno do leite vem aumentando. Os preços se mantém estáveis. O desafio é manter a produtividade durante a entressafra.

Os produtores se prepararam com silagem para complementar a pastagem que nesta época é castigada pela seca, mas com a expectativa de que até metade do mês de setembro a chuva retorne para recuperar o verde do pasto. O planejamento é fator determinante, principalmente na região do Cerrado, para estabilizar a produção de leite durante todo ano.

? Esta época que o pasto está muito seco a gente confina o gado e aumenta os custos, mas também aumenta a produção de leite. Um dos grandes problemas que a gente tem hoje é que o milho, a soja, os produtos de alimentação, estão muito mais caros. Isso aumenta muito nossos custos ? declarou Gustavo Aguiar, produtor de leite.

O pecuarista Gustavo Aguiar está bem estruturado. Com 195 vacas produz 5,3 mil litros por dia. Com volume e qualidade ele consegue entre R$ 0,92 e R$ 0,94 pelo litro, mas o custo por este sistema mais intensivo é de R$ 0,80.  O planejamento é total para alimentar a vaca da silagem de sorgo, e até de milho úmido.

Para reduzir gastos na formulação da ração ele aposta nos produtos alternativos, como a poupa cítrica que veio do interior paulista a R$ 370 a tonelada. O caroço de algodão custa R$ 430, comprado em Rondonópolis, Mato Grosso. Para garantir o fornecimento desses insumos, tem que fechar contrato.

? Para o caroço e a polpa cítrica, nesta época, a gente faz contrato para o ano com as empresas que tem o produto e com preço pré-estabelecido, desta forma a gente consegue fazer a dieta e programar toda dieta durante o ano ? disse Gustavo Aguiar.

Em outra fazenda, o produtor Silvio Sampaio contabilizou os prejuízos durante a seca mais prolongada do ano passado, quando faltou silagem e a produção caiu de 3,6 mil para três mil litros por dia. Ele aprendeu a lição, e este ano está preparado para fazer sobrar comida no cocho.

? Fizemos um planejamento mais adequado e quase dobramos a área plantada de milho para fazer silagem. Este ano fizemos1,5 mil toneladas e no ano passado apenas 800 toneladas. Inclusive vai até sobrar um pouco este ano se chover em outubro ? observou Silvio Sampaio.

Na região do Triângulo Mineiro, na entressafra, a produção chega cair entre 10% e 15%, porque muitos produtores não conseguem preparar silagem suficiente para cinco meses de seca.

? Quem se prepara para produzir mais leite no período de seca tem a vantagem do preço ser maior neste período pela escassez do produto ? frisou Sampaio.

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