De acordo com levantamento da Scot Consultoria, o valor pago pelas indústrias em outubro no país, referente à produção entregue em setembro, recuou 6,02%, em média.
Nos últimos quatro meses, a queda acumulada é de 18,51% no país e ultrapassa os 40% no Estado devido às vendas fracas e à alta oferta de leite no mercado. As estratégias dos produtores serão definidas na próxima semana, mas não incluem a interrupção do fornecimento às indústrias. O setor cogitava suspender a entrega pelo período de 48 horas, mas desistiu após avaliação de que uma paralisação deste tipo só traria resultados se fosse feita por um período mais longo, o que acabaria provocando desperdício da produção.
Conforme pesquisa da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado (Fetag/RS), em outubro, 70% dos produtores receberam menos de R$ 0,35 pelo litro, quando o mínimo definido como parâmetro pelo Conselho Estadual do Leite era de R$ ,048 para o período.
De acordo com Amauri Miotto, tesoureiro da Fetag/RS, o atual cenário já provocou queda na produção diária de 9 milhões de litros ao dia. Segundo o dirigente, os produtores começaram a reduzir a alimentação do gado e abater vacas com menor produtividade para compensar parte do prejuízo.
De acordo com Darlan Palharini, diretor-executivo do Sindicato das Indústrias de Laticínios do Rio Grande do Sul, os preços estão sendo regulados pelas condições de mercado, e não há perspectiva de reajuste no próximo mês.