-A compra de alimentos concentrados, principalmente os energéticos, é 42% do custo de produção do leite. Em 2011, este custo subiu bastante e no final do ano é justamente o mercado de grãos que vem reduzindo o custo – diz.
Em São Paulo, segundo informações da Scot Consultoria, o mix, que é a mistura do leite B e C, custa, atualmente, R$ 0,86 o litro. Já o litro do produto de qualidade, é vendido a R$ 0,90. O preço médio registrado no Estado em dezembro está 18% mais alto do que no mesmo período de 2010. No Brasil, a alta é de 17%. De acordo com Nogueira, os números são consequência do desequilíbrio registrado em 2011 entre oferta e demanda.
– Se eu coloco todo o volume acumulado de captação, aparentemente, eu captei menos do que em 2010. Se o mercado continua estável, e até reagiu, então eu tenho um desequilíbrio de oferta e demanda que, em parte, explica inclusive o aumento no volume de importação este ano. Eu importei para atender o meu mercado. Então, quando tenho este desequilíbrio, o preço sobe – explica.
O consultor afirma, ainda, que é necessário observar o comportamento do mercado a partir da volta às aulas, para poder traçar estimativas.
– A hora que acabam as férias escolares tem reação no consumo de queijo, no consumo de leite. Então, a gente tem um reajuste nos preços, que aumentam. E vamos ver como ficam as perspectivas para a safra. Se o preço de concentrados continuar nestes patamares, a gente espera que realmente tenha um aumento de margem. O preço do leite pode subir mais que o mercado de grãos – avalia.
O produtor Divaldo Camargo relata que em Morungaba, no interior de São Paulo, muitos pecuaristas abandonaram a produção de leite, em função das recentes quedas nos preços.
– É tudo leiteiro forte, mas para. Alguns tiravam dois mil litros de leite por dia. E pararam, porque não aguentaram o prejuízo – lamenta.