Conseguir mão de obra qualificada tem sido um desafio para o criador José Donato Dias Filho, ele tem um rebanho leiteiro de cerca de 200 cabeças e uma equipe de quatro funcionários na região serrana do Rio de Janeiro. O criador reclama que o campo tem perdido os jovens para outros ramos, como a construção civil.
? Quando os filhos estão maiores, eles muitas vezes querem uma vida diferente do pai porque sabe que a vida no campo está muito difícil ? aponta Dias Filho.
A vida de um tratador envolve dedicação total, com a rotina de ordenha começando por volta das 5h e a inexistência de finais de semana e feriados. Quem está no ramo afirma que tem que ter amor pelo que faz.
? É muito bom mexer com ele (o gado), traz para a gente uma felicidade porque a gente gosta ? aponta um tratador da fazenda.
Para segurar no campo os não tão apaixonados assim, os criadores têm oferecido comodidades, como moradia dentro da propriedade e transporte para facilitar o acesso durante a madrugada. Estas facilidades acabam aumentando os custos do produtor, que além disso, tem que investir na qualificação dos trabalhadores. Dias Filho espera que o governo assuma esse papel.
? A formação do homem do campo é uma formação ampla, diversificada e que certamente o proprietário ter que treinar na própria fazenda é muito mais difícil, muito mais custoso e demanda muito tempo. Então a gente precisa de ajuda nessa parte ? diz o criador.
O governador de São Paulo Geraldo Alckmin, em visita à Feira Internacional da Cadeia Produtiva do Leite (Feileite) nesta terça, dia 1, afirmou que o Estado já está investindo na área e na formação de mão de obra.
? Nós temos escolas técnicas que estamos equipando. Escolas técnicas agrícolas são mais de 50 em todo Estado ? disse o governador.