Com 23 vacas dividindo espaço com suínos e aves, a principal dificuldade é a falta de terras na região, que Osterkamp tenta driblar com maior produtividade. Ao entregar diariamente 450 litros à Cooperativa Languiru, ele tem uma bonificação por quantidade. A cada 200 litros, são R$ 0,02 a mais sobre os R$ 0,70 que recebe por litro.
? O caminho é equilibrar preço e aumento de rendimento. Mas o futuro está na qualidade ? afirma o produtor.
Por enquanto, a principal moeda ainda é a quantidade. A produção cresceu 13% no Estado em 2007, mais que o dobro do país, mas 47% das propriedades de pecuária leiteira produzem até cem litros/dia, destaca Airton Hochscheid, assessor de Política Agrícola da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Estado. E o mercado quer ao menos 500 litros por dia.
O presidente da Associação Gaúcha dos Laticinistas, Ernesto Krug, observa que a capacidade das indústrias de 9,5 milhões de litros pode chegar, com novas fábricas e ampliações, a 14 milhões de litros, o dobro da atual captação diária de 7,2 milhões de litros no Estado.
Nos últimos 10 anos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o número de ventres leiteiros diminuiu 12%, enquanto a produção subiu 57%. Breno Kierchof, técnico da Emater, projeta que seriam necessárias 150 mil vacas para produzir um adicional de 3 milhões de litros de leite ao dia, como pretendem as indústrias.
Uma das metas é aumentar a produtividade das vacas, que fornecem, em média, 10 litros/dia. Kierchof diz que a forma mais barata, eficiente e rápida de fazer isso é a inseminação artificial. Na granja de Osterkamp, o uso da inseminação artificial já permite obter 25 litros por vaca ao dia.
Foto: Emílio Pedroso