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Produtores de Mato Grosso querem direito de explorar jazida de calcário

Área no norte do Estado é pleiteada para ampliar reserva indígenaProdutores do norte de Mato Grosso querem o direito de explorar comercialmente uma jazida de calcário localizada no município de Apiacás. Atualmente a área é pleiteada pela Funai, que quer ampliar uma reserva indígena da região. O setor contesta o projeto e reclama dos prejuízos que a medida provocará a agricultores e pecuaristas.

A jazida de calcário fica a cerca de 960 quilômetros de Cuiabá. O reservatório está no lado mato-grossense de uma área de 936 mil hectares. Do total, 382 mil hectares estão em Mato Grosso e o restante no Pará.

A proposta de ampliar a reserva indígena Kayabi foi amparada pelo Ministério da Justiça, que em 2002 publicou uma portaria confirmando a transferência de novas terras para os indígenas. Com a expansão, a reserva, que ocupa 117 mil hectares, vai passar a ter 1, 53 milhão de hectares. Atualmente a etnia é composta por 69 índios.

O norte de Mato Grosso concentra aproximadamente 6 milhões de cabeças de gado. Um levantamento da Acrimat aponta a existência de 4 a 5 milhões de hectares de pastagens degradadas na região. O calcário é fundamental para a recuperação destas áreas, mas, segundo a entidade, o elevado custo do frete pode inviabilizar estas iniciativas.
 
— A demarcação tem que ser feita com critérios. Temos que usar o bom senso. Não podemos inutilizar uma das maiores jazidas de calcário do Brasil. Queremos mobilizar a população que exerça direito de impedir esta medida administrativa — afirma o superintendente da Acrimat, Luciano Vacari.

Segundo a Acrimat, na década de 50 a União transferiu as terras em questão para Mato Grosso, que as vendeu para projetos de colonização e para produtores rurais. Hoje no local existem pelo menos 200 propriedades rurais, que enfrentam grande insegurança jurídica.

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