Produtores de Mato Grosso do Sul pedem para que vacinação contra febre aftosa seja antecipada

Assunto está sendo discutido por comitê que deve definir uma decisão nos próximos diasO Serviço Nacional de Qualidade e Saúde Animal do Paraguai concluiu neste domingo, dia 25, o abate dos 820 bovinos da Fazenda Santa Helena, onde foi confirmado um foco de febre aftosa na última semana. A propriedade fica no departamento de San Pedro, a cerca de 130 quilômetros da fronteira com Mato Grosso do Sul. Nesta região do Estado, que já sofreu com os casos da doença em 2005, a preocupação é grande. Pequenos produtores querem antecipar a vacinação do rebanho.

Técnicos da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro)  estão presentes na fronteira para evitar o contrabando de gado de um país para o outro, e devem abater todo animal suspeito que não tenha documentos que comprovem sua origem. Apesar deste reforço, pequenos produtores temem que o vírus da aftosa registrado no país vizinho, possa atingir o gado brasileiro. João Luiz da Silva é dono de um sítio no assentamento Floresta Branca, em Eldorado (MS). Na propriedade de 20 hectares, ele tem 45 animais, entre vacas leiteiras e gado de corte. Com medo de reviver as dificuldades enfrentadas há 6 anos, quando casos da doença causaram imensos prejuízos, o produtor pede a antecipação da campanha de vacinação contra a aftosa, prevista para novembro.

– Infográfico: Conheça a história da febre aftosa

A última etapa de imunização aconteceu em maio deste ano. Como a eficiência da vacina é válida por pelo menos seis meses, não antecipar os trabalhos não significa ampliar os riscos. O produtor Luiz Alves não teve animais contaminados e nem abatidos em 2005, mas também foi proibido de vender a produção de leit. Ele acredita que proteger o rebanho mais cedo é uma boa alternativa para evitar a doença.

De acordo com a Iagro, o assunto está sendo discutido no Comitê de Gerenciamento de Crise, que foi montado para estabelecer as ações de proteção do rebanho do Estado. A decisão sobre o tema levará em conta questões técnicas e deverá ser definida nos próximos dias.

No Paraguai, as autoridades combatem o avanço da aftosa. O abate de pouco mais de 800 bovinos da Fazenda Santa Helena já foi concluído, segundo o Servicio Nacional de Calidad y Salud Animal (Senacsa). A polícia nacional faz a segurança da área e pelos próximos 60 dias nada entra ou sai do local sem autorização. Além disso, para evitar a dispersão do vírus, todos os veículos que circulam pela região são desinfectados. O transporte de animais nesta região está proibido.

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