Técnicos da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro) estão presentes na fronteira para evitar o contrabando de gado de um país para o outro, e devem abater todo animal suspeito que não tenha documentos que comprovem sua origem. Apesar deste reforço, pequenos produtores temem que o vírus da aftosa registrado no país vizinho, possa atingir o gado brasileiro. João Luiz da Silva é dono de um sítio no assentamento Floresta Branca, em Eldorado (MS). Na propriedade de 20 hectares, ele tem 45 animais, entre vacas leiteiras e gado de corte. Com medo de reviver as dificuldades enfrentadas há 6 anos, quando casos da doença causaram imensos prejuízos, o produtor pede a antecipação da campanha de vacinação contra a aftosa, prevista para novembro.
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A última etapa de imunização aconteceu em maio deste ano. Como a eficiência da vacina é válida por pelo menos seis meses, não antecipar os trabalhos não significa ampliar os riscos. O produtor Luiz Alves não teve animais contaminados e nem abatidos em 2005, mas também foi proibido de vender a produção de leit. Ele acredita que proteger o rebanho mais cedo é uma boa alternativa para evitar a doença.
De acordo com a Iagro, o assunto está sendo discutido no Comitê de Gerenciamento de Crise, que foi montado para estabelecer as ações de proteção do rebanho do Estado. A decisão sobre o tema levará em conta questões técnicas e deverá ser definida nos próximos dias.
No Paraguai, as autoridades combatem o avanço da aftosa. O abate de pouco mais de 800 bovinos da Fazenda Santa Helena já foi concluído, segundo o Servicio Nacional de Calidad y Salud Animal (Senacsa). A polícia nacional faz a segurança da área e pelos próximos 60 dias nada entra ou sai do local sem autorização. Além disso, para evitar a dispersão do vírus, todos os veículos que circulam pela região são desinfectados. O transporte de animais nesta região está proibido.