Em uma granja de Porto Feliz, no interior paulista, o custo de produção acumula alta desde o começo do ano. No entanto, foi há pouco mais de um mês que o produto Wagner Shinoda sentiu o preço dos insumos pesarem no orçamento. A situação é consequência da estiagem que atinge o principal produtor mundial de milho, os Estados Unidos, onde a quebra na produção pode ser maior que a safra brasileira inteira, estimada em 69 milhões de toneladas do grão. A experiência de três décadas fez com que o produtor brasileiro substituísse parte da alimentação das aves por outras matérias-primas, como farelo de girassol e sorgo. A caixa com 360 ovos ,que era vendida há R$ 47,00, hoje custa R$ 57,00.
O diretor executivo do Instituto Ovos Brasil, José Roberto Boturra, lembra que a alternativa é eficaz sim, mas que para não prejudicar a produção, o produtor não pode deixar de lado o acompanhamento nutricional para evitar o desequilíbrio na alimentação dos animais.
O custo de produção só não está pesando ainda mais no bolso do produtor porque o consumo de ovos das classes C e D vem sustentando os preços no mercado. A expectativa é que a partir de novembro haja uma demanda ainda maior pela proteína por conta da chegada das festas de fim de ano. Segundo o Shinoda, a proximidade do Natal deve acarretar um maior consumo por conta de panetones, bolos e outras receitas que levam o produto, previsão que é compartilhada por Boturra.